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Leia na Fonte: Teletime
[13/01/16]
Projeto que muda poderes da Anatel tem novo relator - por Lúcia Berbert
Enquanto governo e sociedade debatem, por meio de consulta pública, o modelo
ideal para prestação dos serviços de telecomunicações, já tramitam no Congresso
Nacional projetos de leis que modificam significativamente a situação atual. É o
caso do PL 3453/2015, do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO), antecipado por este
noticiário. A proposta permite a alteração, pela Anatel, da modalidade de
licenciamento de serviço de telefonia fixa de concessão para autorização. O
projeto praticamente não avançou na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara,
onde teve um breve período sob a relatoria de Fábio Sousa (PSDB-GO), mas no
final do ano foi passado para o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC). No
primeiro prazo de emendas não houve manifestação.
Pela proposta, a substituição de instrumento de concessão para autorização, no
todo ou em parte da área geográfica abrangida pela outorga, pode ser feita pela
agência após constatação de competição efetiva e à comprovação do cumprimento
das metas de universalização na prestação das diversas modalidades do serviço
telefônico fixo comutado (STFC), nos termos definidos pela Anatel. A avaliação
referente à competição efetiva deverá considerar a oferta de STFC, bem como de
outros serviços e aplicações substitutos, tanto para o caso da substituição
integral como parcial da outorga.
O texto propõe também que seja cobrado um valor econômico associado à
substituição de modalidade , que será determinado pelo Poder Concedente, com
indicação da metodologia e dos critérios de valoração. O autor do PL quer que o
valor econômico seja revertido em investimentos, conforme diretrizes do Poder
Executivo. As diretrizes deverão priorizar a realização de investimentos na
implantação de infraestrutura de rede de alta capacidade de comunicação de
dados.
Vilela propõe também que, para efeito do cálculo do valor econômico, serão
considerados bens reversíveis, se houver, os ativos essenciais e efetivamente
utilizados para a prestação do STFC. O deputado destaca que os bens reversíveis
utilizados para a prestação de outros serviços, explorados em regime privado,
serão valorados na proporção de seu uso para a telefonia fixa.
Para o autor, no contexto atual, espera-se que as políticas públicas para o
setor de telecomunicações sejam focadas em ações relacionadas à inclusão digital
e à universalização da banda larga, e não mais na universalização da telefonia
fixa. "Diante desse quadro, ainda que a universalização da telefonia fixa tenha
tido grande avanço, ao abrigo dos Planos Gerais de Metas de Universalização, é
forçoso concluir que o foco no STFC não preza pela efetividade das políticas
públicas solicitadas atualmente pela sociedade brasileira", argumenta.
No entendimento de Vilela, à medida que o prazo final da concessão se aproxima,
reduzem-se os incentivos à ampliação e modernização da rede por parte das
concessionárias, tendo em vista o necessário prazo para amortização dos
investimentos realizados. "Essa diminuição dos investimentos pode ter
consequências negativas para o setor, como a piora da qualidade dos serviços
prestados ao consumidor", afirma.
Evento
Dia 2 de fevereiro será realizado em Brasília o Seminário Políticas de
(Tele)Comunicações, organizado pela Converge, que edita este noticiário, em
conjunto com o Centro de Estudos de Políticas de Comunicações da Universidade de
Brasília (CCOM/UnB). O evento acontece no auditório da Finatec/UnB e terá a
presença do ministro das Comunicações André Figueiredo, do presidente da Anatel,
João Rezende, do secretário de telecomunicações Maximiliano Martinhão, do
conselheiro da Anatel Igor de Freitas, do coordenador de comunicações da
Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Marcelo Ramos,
entre outros participantes. Mais informações pelo site da Converge (clique
aqui).