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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[29/01/16]
Aumenta a pressão para a Anatel resolver os bens reversíveis - por Miriam
Aquino
A decisão do TCU, de estipular prazo para a Anatel dar a lista dos bens
reversíveis, a portaria do MiniCom, que postergou a discussão da nova modelagem
regulatória do setor dão munição para que se antecipe a mudança dos bens
reversíveis por regulamento da Anatel, e que essa mudança possa ser incorporada
já nos contratos de concessão, cuja revisão ainda está em aberto.
A decisão do Ministério das Comunicações de só concluir a sua proposta de
construção do novo modelo de telecomunicações no final de março amplifica a
pressão do mercado, e até mesmo de alguns setores do governo, para que a
reversibilidade dos bens seja resolvida ainda na esfera infra-legal, ou seja,
pela Anatel. “Se foi a agência que embrulhou o problema, que o desembrulhe
agora”, assinala uma fonte.
Os bens reversíveis são apontados por 100% dos investidores como aqueles que
impedem qualquer valorização das concessões brasileiras; que desestimulam os
investimentos nas redes e que vão virar um grande “mico” nas mãos do governo no
fim da concessão, se sua posse não for resolvida o quanto antes, pois a disputa
será infinda, já que não se sabe sequer o que é “imprescindível” para a
prestação do serviço de telefonia fixa.
Muitos apontam para a agência reguladora se manifestar – e resolver o problema –
porque teria sido ela, em algum momento no passado, que teria criado o problema
atual. Aqueles que preferem essa solução lembram que foi a Anatel que
estabeleceu que qualquer bem que tenha comportado “um bit de voz” torna-se
reversível no final da concessão. Isso incluiria não apenas a rede IP moderna e
atual , mas prédios e até pessoas que trabalham para as concessionárias e redes
de telefonia
Anatel
Está na agenda estratégica e regulatória deste ano a proposta da agência de
rever o atual regulamento de bens reversíveis. Mas, conforme o calendário, ele
só teria a sua aprovação definitiva no final do ano, o que parece ser um prazo
muito longo para aqueles que já veem as concessões com sérios problemas de
sustentabilidade.
Decisão do TCU
Há advogados que entendem que a recente decisão do Tribunal de Contas da União
(TCU) sobre os bens reversíveis abre a grande oportunidade que o mercado
esperava, para que se acelere em muito a agenda da agência reguladora a Anatel.
Para a advogada Milene Coscione do escritório Manesco, Ramires, Peres, Azevedo
Marques o tribunal nada mais fez do que fixar um prazo para a Anatel definir
quais são e quais não são os bens reversíveis.
“Não parece ser difícil precisar tecnicamente quais bens ou que fração destes
são indispensáveis à continuidade do serviço concedido”, escreveu ela.
Assim, com a prorrogação da decisão do Minicom sobre a modelagem, a manifestação
do TCU já sacramentada e ainda aberto o prazo para a revisão dos contratos de
concessão, aumenta muito a pressão para que a Anatel regule já essa lista.
A intenção do mercado é fazer com que o tema seja todo esclarecido – e resolvido
– para ser até incluído ainda nesta revisão contratual, deixando o campo livre
para as mudanças de modelagens regulatórias e fusões das empresas para a
legislação em elaboração, que aí poderia tramitar um pouco mais devagar.