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Leia na Fonte: Tele.Sintese
[11/05/16]
Fazenda quer trocar R$ 17 bilhões de bens reversíveis por investimentos em banda
larga - por Miriam Aquino
O Ministério da Fazenda divulgou hoje, 11,
nota técnica em seu site, em um estudo de 15 páginas, sobre o setor de
telecomunicações e apresenta uma proposta para o novo marco legal de
telecomunicações. Quer acabar com as concessões de telefonia fixa, e os bens
reversíveis e trocar esses bens por novos investimentos em banda larga. O
ministério chega a precificar os valores desses bens - R$ 17,7 bilhões -
recursos a serem investidos em redes de banda larga, pelas atuais operadoras já
liberadas das concessões.
“A reversibilidade é um instituto importante quando existe pouca competição.
Nesse caso, se a empresa devolver a concessão, o Estado deve manter a
continuidade do serviço. Ocorre que no setor de telecomunicações, à medida em
que se multiplicaram as autorizações, no mesmo serviço ou em serviços
substitutos, esse risco ficou muito pequeno e hoje é praticamente inexistente.
Assim, o modelo regulatório deve ser revisto para equilibrar a competição no
mercado entre as empresas que atuam sob regime de concessão e aquelas que atuam
sob regime de autorização. Com isso, os bens reversíveis podem ser
integralizados pelas empresas que podem investir mais na expansão da oferta de
redes, o que viabilizará uma nova onda de investimentos no setor”, defende o
documento elaborado pela secretaria de Política Econômica do Ministério da
Fazenda, que assina o a nota técnica.
Para o ministério da Fazenda, além do problema competitivo entre os serviços sob
concessão e autorização (telefonia fixa sob concessão e demais serviços de
telecom, sob autorização) o atual modelo regulatório, com a reversibilidade dos
bens da concessão provoca outros entraves.
- Inibição de investimentos: algumas concessionárias fazem menos investimentos
devido à possibilidade de reversão dos novos ativos em 2025, assim como também
enfrentam dificuldades para atrair investidores.
- Duplicação de infraestrutura: a insegurança tem levado as empresas a
instalarem cabos de fibras paralelos aos cabos de cobre havendo perda de
eficiência dos investimentos realizados e aumento do custo do capital.
- Subutilização de ativos – cabos de cobre poderiam ter a vida útil prolongada
com a utilização de novas tecnologias (encurtamento de redes), podendo ser
utilizados, por exemplo, para levar serviços de banda larga, limitados à
tecnologia. -
- Imóveis: quaisquer terrenos e benfeitorias utilizados para a prestação de
qualquer serviço são considerados bens reversíveis, ficando impossibilitados de
serem alienados, gerando custo de manutenção. -
- Judicialização: disputa entre as concessionárias, agências reguladoras e
sociedade civil organizada sobre os bens reversíveis. -
- Custo de controle: Controle e fiscalização dos ativos e de inventários
reversíveis, tanto pela agência reguladora quanto pelas operadoras, gera
ineficiências econômicas.