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Leia na Fonte: Convergência Digital
[16/01/17]
Revisão do modelo de Telecom: STF nega urgência e decisão fica para fevereiro
*Com informações do STF
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou
o encaminhamento ao gabinete do ministro Teori Zavascki (relator) do Mandado de
Segurança (MS 34562) por meio do qual 12 senadores tentam evitar que o Senado
Federal encaminhe para sanção o Projeto de Lei da Câmara 79/2016, que altera a
Lei Geral das Telecomunicações. Para a ministra, não está configurada a urgência
necessária para sua atuação durante o recesso do Tribunal (artigo 13, inciso
VIII, do Regimento Interno do STF).
No mandado de segurança, os senadores argumentam que o ato do presidente da
Casa, senador Renan Calheiros, feriu o artigo 58, parágrafo 2º, inciso I, da
Constituição Federal, que estabelece que sejam deliberados pelo Plenário os
projetos que, votados em comissões, tenham sido objeto de recurso por um décimo
dos membros do Senado.
O projeto em questão, segundo os autores do MS, foi aprovado em caráter
terminativo pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional (CEDN) no dia 6
de dezembro. Eles alegam ainda que os recursos apresentados para que o projeto
lei fosse apreciado pelo plenário da Casa foram rejeitados pelo presidente do
Senado sob argumento de que não continham o número necessário de assinaturas.
A ministra requisitou informações à Presidência do Senado para subsidiar a
análise do pedido de liminar. Nas informações prestadas, o Calheiros afirmou que
não existe necessidade de análise urgente do caso por parte do STF, pois
enquanto o Congresso Nacional estiver em recesso constitucional não há risco de
o projeto ser encaminhado para sanção do presidente da República. O senador
comunicou, ainda, que os recursos não foram decididos, e estão na Mesa do
Senado, aguardando deliberação.
Comissão representativa
Em aditamento ao pedido inicial, os autores do mandado de segurança informaram
que durante o recesso funciona uma comissão representativa do Congresso
Nacional, que poderia dar andamento ao projeto e encaminhá-lo para sanção. Nesse
ponto, a presidente do STF afirma que as informações prestadas pelo presidente
do Senado Federal não podem ser falseadas, sob as penas imputadas pela lei à
tentativa de frustrar a aplicação da legislação vigente e da prestação da
jurisdição competente, com as consequências de direito para quem assim atuar.
Quanto ao alegado risco de a comissão representativa dar andamento ao projeto, a
ministra Cármen Lúcia explicou que, conforme o Regimento Comum do Congresso
Nacional, a atuação dessa comissão restringe-se a situações que não possam
aguardar o início do período legislativo seguinte sem prejuízos para o país ou
suas instituições. E, de acordo com ela, o juízo de admissibilidade dos recursos
em debate não apresenta urgência, especialmente levando-se em conta a
judicialização da questão.
No começo do ano, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações,
Gilberto Kassab, se encontrou com a ministra Cármen Lúcia, com o objetivo de
fornecer explicações oficiais sobre a revisão do do modelo de Telecomunicações.
“Pedimos essa audiência para mostrar para a presidente e para esclarecê-la em
relação aos pontos principais da lei e os avanços que vai trazer para o setor”,
disse Kassab ao final da audiência. Ele afirmou que a ministra Cármen Lúcia
mostrou conhecer bem a atual lei (Lei 9.472/1997) e ter plena consciência de que
é uma legislação que precisa ser modernizada.