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Leia na Fonte: Teletime
[19/01/17]
Morte de Teori não afeta diretamente tramitação do PLC 79, mas momento político
sim - por Samuel Possebon
A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, por si só, não
deve mudar as expectativas de tramitação do PLC 79/2016, que muda o modelo de
telecomunicações e aguarda, no Senado, uma decisão da presidência da Casa sobre
o acolhimento ou não de recurso da oposição para que ele seja discutido e votado
no Plenário. Teori era o relator do Mandado de Segurança impetrado junto ao STF
por 11 senadores da oposição para que o recurso de envio do projeto ao plenário
fosse acatado. A presidente do Supremo, ministra Carmen Lúcia, negou a liminar e
remeteu o processo a Teori, pois considerou que o Senado não teria como
encaminhar o projeto para sanção de Temer antes do final do recesso parlamentar.
Não haveria, portanto, urgência nem risco iminente.
O senado não precisaria aguardar a manifestação do Supremo sobre o mérito do
Mandado de Segurança porque o objeto do questionamento era apenas em relação a
uma interpretação do regimento e do não acolhimento do recurso. Mas a advocacia
do Senado alegou ao Supremo que a decisão não estava tomada, ainda que os
recursos possivelmente viessem a ser negados, tão logo o Congresso volte a
trabalhar.
Assim, mesmo que o mérito do Mandado de Segurança demore a ser julgado até que
seja indicado o substituto do ministro Teori (que assume os casos a ele
distribuídos), a mesa diretora do Senado está livre para decidir a tramitação,
pois Carmen Lúcia não concedeu a liminar.
O que indiretamente pode prejudicar o projeto é o clima político, já que a
indicação de um novo ministro do Supremo, que passa pelo Senado, ganha contornos
muito mais relevantes considerando que Teori é quem conduzia as investigações
relacionadas à Lava Jato, com imensas implicações políticas, inclusive pelo
envolvimento de senadores entre os investigados. Se a própria sucessão na
presidência do Supremo já era um fator de turbulência, pelo menos no início do
mês de fevereiro, a aprovação pelos senadores de um ministro do STF que virá a
julgá-los. Assim, o PLC 79/2016, como toda a agenda política, deve sofrer os
atrasos de um tumultuado começo de ano político.