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Leia na Fonte: Teletime
[07/11/18]
Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprova o PLC 79/2016 - por André
Silveira
Os senadores da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática (CCT) aprovaram nesta quarta-feira, 7, o relatório do senador Flexa
Ribeiro (PSDB/PA) favorável ao PLC 79/2016, que altera o marco legal do setor de
telecomunicações.
A matéria teve um amplo debate, especialmente envolvendo o presidente da
Comissão, Otto Alencar (PSD/BA), e Humberto Costa (PT/PE). O senador
pernambucano pediu vistas ao projeto na última sessão, realizada no dia 31 de
outubro, e apresentou voto em separado. Ao final, a proposta de Flexa Ribeiro
passou por sete votos a favor e três contra.
Agora, a matéria segue para o plenário da Casa. A expectativa é de que a
apreciação ocorra logo, uma vez que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB/CE),
afirmou na semana passada que se o projeto fosse aprovado, seria colocado em
pauta imediatamente. A matéria segue para o plenário com pedido de urgência
aprovado, que pode acelerar a tramitação.
Em seu voto, Humberto Costa sugeriu alterar a forma de cálculo dos bens
reversíveis, com foco no artigo 68-C. Na opinião do senador, "a aprovação do
texto atual proposto para o parágrafo único do art. 68-C pode reduzir em 99,9%
as compensações efetivamente devidas por bens indiscutivelmente reversíveis", e
que isso seria um "absurdo".
O artigo questionado pelo senador estabelece que "para efeito do cálculo do
valor econômico mencionado no art. 68-B, serão considerados bens reversíveis, se
houver, os ativos essenciais e efetivamente empregados na prestação do serviço
concedido". No voto, Costa sugere que, no final do artigo, a frase seja refeita
para "todos os ativos vinculados à concessão". O senador sugeriu ainda ajustes
nas prorrogações das concessões de uso de radiofrequência.
O senador Walter Pinheiro (sem partido-BA) criticou o projeto e alertou que são
necessárias correções no texto, especialmente ao artigo 8º , que trata do
mercado secundário de radiofrequência. Segundo o senador, isso se choca
diretamente com o artigo 157 da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que
estabelece que a Anatel tenha a prerrogativa de administrar o espectro.
"Portanto, há conflito com projeto em questão. Se a agência poderá dizer qual
será a oneração da prorrogação ou alternativamente a condição de fazer
investimento, isso retiraria a possibilidade de revenda, estabelecida no artigo
8º do PLC. Assim, mantido o texto, não resistirá a um questionamento no STF em
relação ao choque com o artigo 157", afirmou.
Debate
Em sua manifestação, Humberto Costa ponderou que a tramitação anterior, por meio
da Comissão de Desenvolvimento Nacional, foi muito acelerada. A manifestação
gerou contrariedade do presidente da comissão, que havia relatado o projeto na
comissão. Alencar contestou de forma veemente a afirmação do senador petista e
destacou que a tramitação teve audiência pública e passou por análise do Supremo
Tribunal Federal, que recomendou que o projeto seguisse a tramitação. No
entanto, a matéria retornou para Comissão de Ciência e Tecnologia. A matéria
tramita no Senado desde 2016.