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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[29/10/18]
Presidente da Anatel critica proposta de plano de universalização do MCTIC -
por Miriam Aquino
Para Juarez Quadros, a troca de orelhões por antenas de 4G proposta pelo
ministério irá fazer com que essas antenas passem também a ser bem reversível à
União, o que, no seu entender, irá trazer muitos outros problemas, como o que
ocorreram no passado com o backhaul.
O presidente da Anatel, em sua última semana no cargo, ao fazer um balanço de
sua gestão, em entrevista ao Tele.Síntese, não deixou pedra sobre pedra em suas
críticas ao que considera omissão do Poder Executivo no estabelecimento de
políticas públicas para que o setor deslanchasse e a agência pudesse atuar com
mais desenvoltura. E criticou abertamente a proposta de PGMU (Plano Geral de
Metas de Universalização) do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações, de
instalação de tecnologia 4G no lugar de orelhão localidades isoladas.
” Essa proposta de alteração do PGMU, que quer garantir o acesso à banda larga
usando o SMP (ou o serviço celular) em 4G, vai acabar incorrendo em problema do
passado, como o que aconteceu com o bakchaul. Vai contaminar também o serviço
celular”, criticou Quadros.
Em seu entender, como a origem do dinheiro dos investimentos no PGMU é das
concessionárias de telefonia fixa, as antenas de 4G que essas empresas serão
obrigadas a instalar para cumprir as obrigações do plano de universalização
elaborado pelo MCTIC e entregue ao Palácio do Planalto passarão a ser também
bens reversíveis à União.
“Será que essa proposta está em conformidade, para evitar o mesmo problema do
passado? indaga ele, para defender que a melhor proposta seria alterar a Lei do
Fust (fundo de universalização), e não simplesmente mudar metas de
universalização.
Quadros ressaltou que a Anatel pode até minutar uma política e encaminhá-la ao
Poder Executivo, como já o fez, mas não é a Anatel que vai poder alterar uma
alíquota de Fistel, nem é Anatel que vai poder mudar a destinação dos recursos
do Fust, que hoje só podem ser gastos na telefonia fixa.
O presidente da Anatel admite ainda que muitas vezes é Poder Executivo que
trabalha para que as propostas legislativas em prol do setor de telecomunicações
não caminhem. “Em função do superávite primário, do equilíbrio fiscal, do que
trazer para o setor de telecom. É claro que há problema econômico no país em
segurança, saúde, educação, e faz com que os recursos não sejam aplicados em
telecom. Mas o Executivo não tem interesse em fazer os projetos de lei
caminharem”, reclamou.