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Leia na Fonte: Link - Estadão
[04/12/19]
Governo vai apresentar pacote de medidas na área de telecomunicações no início
do ano - Por Anne Warth
O governo deve lançar no início do ano que vem um pacote de medidas na área de
telecomunicações. De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Julio Semeghini, o pacote envolve
medidas provisórias, projetos de lei, decretos e portarias em temas como o 5G,
telefonia fixa e Internet das Coisas (IoT). “São várias ações regulatórias que
estão sendo refinadas e serão lançadas no ano que vem”, disse.
O primeiro compromisso do governo, disse o secretário-executivo, é regulamentar
o antigo Projeto de Lei da Câmara (PLC) 79, hoje Lei 13.879/2019, que permite às
concessionárias de telefonia fixa migrarem para o regime de autorizações – com
liberdade de preços e obrigações de investimento para a expansão da banda larga.
“Vamos tratar de todas as obrigações e compromissos daqueles que optarem por
migrar. As metas virão por portaria, e os conceitos, no decreto”, disse
Semeghini, ao participar de evento organizado pelo Sinditelebrasil, que reúne as
principais empresas do setor. A regulamentação do projeto deve estabelecer um
rito, prazos, requisitos, conceitos e prioridades de investimento.
O governo também vai definir a estratégia para mitigar a interferência do 5G,
que vai utilizar a faixa de 3,5 GHz, nos canais transmitidos por antenas
parabólicas. Há duas opções: instalar um filtro nas parabólicas, mantendo o uso
da Banda C; ou migrar os canais para outra frequência, a Banda Ku – opção mais
cara, semelhante ao que foi feito com o 4G e a transferência dos canais
analógicos para o sinal digital.
Essa mesma portaria vai definir as prioridades de investimento que serão
realizadas como contrapartida ao leilão do 5G. “Depois disso, liberamos a nossa
parte para que o edital possa ser lançado pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel)”, disse Semeghini.
O governo também pretende apresentar um projeto de lei para disciplinar o uso
dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
O fundo, abastecido com 1% da receita bruta anual das teles, deveria ser
utilizado para universalizar os serviços de telefonia fixa no País, mas
historicamente tem servido para melhorar o resultado fiscal da União.
“Temos uma proposta, que foi aquela construída entre MCTIC, Anatel e BNDES, e
estamos terminando de formatar com outros órgãos do governo para apresentarmos
em janeiro”, afirmou Semeghini. O projeto direciona os investimentos para a
banda larga e estabelece o BNDES como agente financeiro, responsável pela
prestação de contas do fundo a um Conselho Gestor.
Para Semeghini, o projeto de lei pode tramitar a despeito da Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) do governo que acaba com os fundos constitucionais. O
secretário avalia que o saldo existente no Fust poderia ser utilizado para os
fins definidos no projeto de lei antes que o fundo acabe de fato. “Se houver
isso (PEC) no ano que vem, terá que ter um projeto de lei”, disse.
O governo pretende ainda enviar uma Medida Provisória ao Congresso para zerar as
taxas do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) incidentes sobre
chips de equipamentos da Internet das Coisas (IoT), bem como publicar um decreto
que regulamenta o direito de passagem em estruturas passivas.
Por fim, o governo pretende apresentar neste mês uma proposta para criar um
marco para startups. Segundo Semeghini, a estratégia é alinhar os interesses da
pasta com o Ministério da Economia. Não está decidido ainda se será uma Medida
Provisória ou um projeto de lei.
“O mais importante é a parte que dará segurança jurídica para a aplicação dos
recursos da sociedade, a parte trabalhista, que está sendo a mais complicada,
pois precisa flexibilizar, e a parte de abertura e fechamento de empresas”,
disse Semeghini.9