WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Bens Reversíveis --> Índice de artigos e notícias --> 2019
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[12/12/19]
Clima "quente" no Conselho da Anatel afeta debates sobre regulamentos - por
André Silveira
A troca de farpas em público no Conselho Diretor da Anatel na reunião desta
quinta-feira,12 não afetou apenas o debate sobre o edital do 5G. Antes do debate
acalorado, provocado pela nova proposta do certame trazida pelo conselheiro
Emmanoel Campelo, o clima esquentou logo no início da reunião, quando o
conselheiro Vicente Aquino solicitou prorrogação, por 120 dias de relatoria dos
novos regulamentos de outorga e licenciamento e de controle de bens reversíveis,
em função das mudanças no marco legal do setor de telecomunicações, ocasionado
pelo antigo PLC 79/2016 ( Lei 13.879/2019).
O pedido teve rejeição do presidente Leonardo Euler, que foi enfático ao afirmar
que o Tribunal de Contas União (TCU) vem pedido mais celeridade à agência. Ele
argumentou: "não julgo razoável dilatação tão extensa, que impacta na
previsibilidade de investimentos no setor". Em relação ao regulamento de outorga
e licenciamento, Euler afirmou que o seu escopo é "ambicioso", uma vez que
procura atualizar normas relevantes para o setor de telecomunicações. No
entanto, exprime que "a complexidade da tarefa, todavia, por si só, não pode
justificar uma interminável delonga. O projeto de regulamentação precisa, enfim,
caminhar para frente, sob pena de se desperdiçar importante oportunidade para a
realização de ajustes e melhorias de fundamental importância nesses institutos".
Em sua manifestação, o presidente vai além e destaca que "algumas das medidas
discutidas no bojo desse projeto são fundamentais para o crescimento e
desenvolvimento do setor de telecomunicações como um todo. A título meramente
exemplificativo, podem ser mencionados a unificação e simplificação das regras
aplicadas no uso de estações compartilhadas entre prestadoras, a proposta de
instrumento de outorga centralizado, o licenciamento para funcionamento de
estações com prazo de operação indeterminado, a possibilidade de expedição de
autorização de uso de radiofrequência em polígonos pré-definidos e a atualização
do procedimental de provimento de posições orbitais. Por tais razões, que
evidenciam a inegável relevância e premência do Projeto de revisão
normativo-regulatória em pauta, definitivamente não se mostra oportuno o
delongar de sua apreciação e discussão por este Colegiado".
No debate sobre o controle de bens reversíveis, o presidente da Anatel se
manifestou na mesma linha: "cumpre lembrar que a proposta regulamentar foi
concebida como iniciativa já na Agenda Regulatória para o biênio 2015-2016. Ali
se previa Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) e Consulta Pública
no primeiro semestre de 2016 e aprovação final, pelo Conselho Diretor, no
segundo semestre daquele mesmo ano. Posteriormente, na Agenda Regulatória
2017-2018, foi apontada consulta pública no segundo semestre de 2017 e aprovação
final, por este Colegiado, no segundo semestre de 2018. Por fim, nos termos da
Agenda Regulatória 2019-2020, a iniciativa em questão é apontada como item
prioritário, cuja previsão de consulta pública foi fixada para o segundo
semestre de 2019, com aprovação final no segundo semestre de 2020". Euler ainda
cita recomendações do TCU, que cita a tramitação do regulamento desde o ano de
2008 na agência e reforça que o órgão regulador permanece com pendência junto à
Corte.
Em sua manifestação, o presidente da Anatel ainda ressalta que, "no âmbito deste
colegiado, o processo foi recebido, a partir de sorteio ao Conselheiro Otavio
Rodrigues, em 1º de março de 2018. Posteriormente, com o encerramento de seu
mandato, foi sorteado ao seu atual Relator, Conselheiro Vicente Aquino, em 21 de
fevereiro deste ano. O novo prazo original de relatoria, de 120 dias foi
prorrogado em 11 de julho de 2019".
Leonardo Euler ainda relatou que ponderou sobre a necessidade da apresentação do
relatório no colegiado. Apesar de reconhecer que ocorreram várias diligencias no
sentido de buscar subsídios para a apresentação do relatório, destaca que "ainda
que tivéssemos hoje uma proposta, e fosse ela de pronto submetida a Consulta
Pública, a aprovação final levaria na melhor hipótese alguns meses, dadas as
imposições legais e regimentais de rito". E conclui pela negativa ao pedido de
prorrogação, com o argumento de que "não julgo razoável contribuir de minha
parte para nova dilação tão extensa, que impacta a previsibilidade de
investimentos no setor, e o atendimento de recomendações da Corte de Contas
exaradas em 2015, que não podem ser continuamente deixadas de lado".
A posição do presidente foi acompanhada por Campelo. O conselheiro Moises
Moreira votou pela concessão do novo prazo para os processos. O impasse só
deverá ser resolvido na reunião em que o futuro conselheiro chegar. Atualmente,
o candidato Carlos Baigorri aguarda agendamento de sabatina na Comissão de
Infraestrutura do Senado. Caso seja aprovado, o candidato ainda terá que obter o
referendo do plenário da Casa.