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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[11/09/19]
PLC 79 vira lei e promete bilhões de recursos em banda larga - por Lúcia
Berbert
Senador Fernando Bezerra disse que vai apresentar um projeto de lei para definir
onde os investimentos em banda larga serão feitos, acordo que garantiu votos do
PT e da Rede
O plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira, 11, o PLC 79/2016,
que altera o marco regulatório das telecomunicações, por unanimidade. A matéria
vai agora à sanção presidencial.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) se manifestou contra, mas acabou apoiando
após o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) se comprometer a apresentar um
projeto de lei, em regime de urgência urgentíssima, definindo onde os recursos
provenientes da aprovação do PLC serão aplicados. “Vamos priorizar as áreas de
sombra, onde não tem telefonia móvel nem banda larga, nos moldes do que
aconteceu com o programa Luz para Todos”, afirmou. Pelo acordo, a relatoria
dessa matéria será dada a um senador da oposição.
Outros senadores se manifestaram favoráveis ao projeto, como Otto Alencar
(PSD-BA), Wanderlan Cardoso (Progressistas-GO), Arolde de Oliveira (PSD-RJ),
Luis Carlos Heinze (Progressistas-RS), Major Olímpio (PSL-SP), Flávio Bolsonaro
(PSL-RJ) e Daniela Ribeiro (Progressistas-PB), última relatora do projeto. Já o
senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que o Partido dos Trabalhadores se
comprometeu em votar a favor do projeto após acordo feito com o senador Fernando
Bezerra.
Com a aprovação, a alteração das concessões da telefonia fixa para autorizações
agora dependerá da Anatel, que terá de avaliar o valor dos bens reversíveis, que
será transformado em investimentos na infraestrutura de banda larga. A agência
estima o prazo de um ano para obter esse número, tarefa que terá que ser
aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e verificação de auditoria
independente.
A matéria foi votada depois de quase três anos tramitando no Senado. O projeto,
que permite a troca de concessão de telefonia por autorizações, transfere
definitivamente a infraestrutura de telecomunicações da União para as empresas
que exploram o serviço desde a privatização do setor, em 1998, em troca de
investimentos na infraestrutura de banda larga.
O PLC também permite que o direito de uso de radiofrequência vinculado às
autorizações de serviços de telecomunicações seja prorrogado, sucessivas vezes,
por períodos de até 20 anos. Prevê ainda que, nas prorrogações das autorizações
de uso do espectro, deverão ser estabelecidos compromissos de investimento, a
serem definidos de acordo com diretrizes do Poder Executivo, alternativamente ao
pagamento de todo ou de parte do valor do preço público devido por essas
renovações.
Cria ainda o mercado secundário de frequências, acaba com a licitação de
posições orbitais e permite sucessivas prorrogações do direito de exploração de
satélites. Outra alteração significativa é a exclusão da obrigação de empresas
de radiodifusão contribuírem para o Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações (Fust).
O projeto foi votado nesta quarta-feira na Comissão de Ciência e Tecnologia e
seguiu para o plenário em regime de urgência.