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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[18/04/13]
SindiTelebrasil se opõe, em artigo, a atual texto do Marco Civil da Internet
Texto, publicado no jornal O Globo nesta quinta-feira (18), afirma que aprovação
do PL impediria inovação e investimentos
Um dia após relator do projeto do Marco Civil da Internet, Alessandro Molon,
conclamar a sociedade a retomar a campanha pelo Marco Civil da Internet, o
jornal O Globo publicou um artigo do diretor-executivo do SindiTelebrasil,
Eduardo Levy, em que o engenheiro critica o PL por impedir a inovação e o
investimento. Segundo ele, inúmeros projetos de inovação e expansão da internet
poderiam parar no “limbo” caso seja aprovada a atual redação do Marco Civil da
internet. A polêmica gira em torno da defesa de neutralidade de rede por parte
da sociedade. Pelo texto, as operadoras seriam impedidas de gerenciar o conteúdo
que trafega por sua infraestrutura.
Ele lembra que apenas ao gerenciar a rede é possível criar a Banda Larga 0800,
que permite o acesso gratuito dos cidadãos a determinados sites mesmo por
usuários que não contrataram pacotes de dados. O representante das operadoras
listou uma série de outras medidas que utilizam o gerenciamento de conteúdo na
rede e que seriam impedidas caso o marco civil seja aprovado impedindo todo e
qualquer gerenciamento, sem diferenciação. Entre elas estão os programas de
combate a spams e o bloqueio de conteúdo impróprio para crianças diretamente no
sistema de transmissão de dados.
As operadoras estão interessadas em agregar valor na oferta do serviço de
internet diferenciando o conteúdo a ser entregue, por exemplo. A venda de
pacotes de internet que permitissem o acesso apenas a conteúdo adequado para
determinadas idades é uma das ideias das companhias de telecomunicações para
diferenciação dos produtos, mas entidades da sociedade civil acreditam que a
geração de acessos previamente censurados poderia gerar distorções no modelo de
internet.
“Hoje, a critério dos pais, esses sites [inadequados para crianças] podem ser
bloqueados, mas essa prática estaria impedida porque trata conteúdos de forma
diferenciada”, afirma Levy.
Outro ponto abordado pelo engenheiro é a possibilidade das operadoras oferecerem
pacotes de internet por tipo de uso. “Pelo texto proposto, usuários com
diferentes perfis de consumo não teriam a liberdade de contratar ofertas
adequadas aos seus interesses. A todos seria imposto um mesmo serviço, tanto
àquele que apenas acessa e-mails quanto ao heavy user, que consome muito mais
recursos de rede. Isso exigiria redimensionamento das redes, elevando preços,
prejudicando a imensa maioria dos usuários e comprometendo programas de
massificação da banda larga”, escreveu.
O diretor-executivo do SindiTelebrasil conclui sua argumentação contra a
aprovação do atual texto do Marco Civil da Internet dizendo que as operadoras
são a favor da neutralidade e de uma internet livre e aberta, “como é hoje,
preservando-se os direitos fundamentais de propriedade autoral e privacidade”.
Mas que esse modelo não se contrapõe à necessidade de gestão de redes ou de
liberdade de ofertas, necessárias para que as companhias de telecomunicações
continuem a investir no país. (Da redação)