WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Crimes Digitais, Marco Civil da Internet e Neutralidade da Rede --> Índice de artigos e notícias --> 2013
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Convergência Digital
[23/04/13]
Marco Civil: Google pede votação ao Minicom. Teles reafirmam ressalvas - por
Luís Osvaldo Grossmann
O Google foi nesta terça-feira, 23/4, ao Ministério das Comunicações e defendeu
a votação do Marco Civil da Internet – o projeto está ‘pendurado’ na Câmara dos
Deputados, desde novembro do ano passado.
“Aproveitamos a conversa com o ministro Paulo Bernardo para falar da importância
do Marco Civil”, disse o diretor geral do Google no Brasil, Fabio Coelho.
“Muitas empresas aguardam o projeto, até para maior segurança jurídica”, emendou
o diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da empresa, Marcel
Leonardi.
Segundo eles, Paulo Bernardo repetiu o posicionamento firmado na semana passada,
quando participou de evento promovido pela Associação Brasileira de Internet (Abranet),
que representa provedores de acesso. Na ocasião, o Marco Civil foi um dos
principais temas em discussão.
Uma série de eventos vem tentando recolocar o Marco Civil na agenda parlamentar.
O projeto 2126/2011 saiu de pauta – mas segue na ‘gaveta’ do Plenário – desde
que a tentativa de votá-lo foi encerrada, pela sexta vez, por falta de acordo
político.
O ministro, que no ano passado demonstrou resistências ao texto apresentado pelo
relator, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), afirma agora que apoia a proposta
como está. “Apesar de algumas alterações, está adequado e deve ser aprovado”,
disse então Paulo Bernardo.
Até então, o ministro estava mais alinhado com a posição das operadoras de
telecomunicações – detentoras das redes que suportam a Internet. As teles não
querem que a legislação imponha a neutralidade de rede como princípio legal por
temer que isso inviabilize seus modelos de negócios.
Laissez-faire
Nesta mesma terça-feira, 23, o sindicato nacional das teles recuperou a posição
de Neelie Kroes, comissária europeia para a ‘agenda digital’, que defende a
abordagem laissez-faire para a neutralidade. “Não queremos criar obstáculos para
os empresários que desejam fornecer serviços de conexão sob medida ou pacotes
especiais de serviços”, já sustentava Kroes em maio de 2012 – o artigo
recuperado pelo Sinditelebrasil é dessa data – quando avaliou resultados de uma
pesquisa sobre práticas das teles na UE.
Nem precisavam ir tão longe. No início deste ano, Kroes voltou a defender que
cada provedor aja como preferir, voltando a se posicionar contrariamente a que a
Comissão Europeia promova qualquer legislação que trate a neutralidade de rede
como obrigação – como já fizeram estados membros da UE individualmente.
Para sorte das operadoras daquele continente, é a Comissão Europeia que tem
poder legal – embora seus membros não sejam eleitos e sim nomeados pelos
governos nacionais. Já o Parlamento Europeu, esse sim com eleitos, aprovou uma
moção favorável a que a Europa adote legislação pró-neutralidade.
Embora tenha evitado comentar, a questão da segurança jurídica é claramente
importante para uma empresa como o Google – que já teve seu diretor geral detido
porque em Juiz de Mato Grosso do Sul entendeu que o Youtube deveria ter tirado
do ar um vídeo sobre um candidato a prefeito de Campo Grande.
Na semana passada, a representação da empresa no Brasil sofreu outro revés,
quando o STJ determinou que deve ser quebrado o sigilo do gmail em um caso de
investigação criminal, apesar de o serviço de e-mail não ser administrado pela
perna brasileira do Google.