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Fonte: Olhar Digital
[16/12/13]
Partido Pirata condena Marco Civil da Internet
A versão mais recente do projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet
desagradou o Partido Pirata do Brasil, que, em nota, condenou o texto. "Os
anseios e demandas da sociedade brasileira, a começar pela urgência de uma
regulamentação adequada da internet, que favorecesse a liberdade de expressão e
a democracia, foram deixados em segundo plano", reclamam.
Dois pontos incomodaram os piratas. O primeiro está no Art. 16 e institui a
obrigatoriedade da guarda de dados de acesso e serviços online por seis meses,
prazo que pode ser ampliado a pedido das autoridades. Para o partido, a medida
permite monitoramento e "intimidação" dos movimentos sociais que usam a internet
para exigir mudanças no Brasil.
"A invasão da privacidade de todo e qualquer internauta passa a ser, mais do que
um modelo de negócio questionável, uma obrigação legal imposta pelo Estado; que
pode acarretar na coisificação do usuário, pois existe a possibilidade de venda
dos logs", afirmam.
A outra reclamação é relacionada ao fato de que um provedor será obrigado a
tirar do ar qualquer conteúdo que irritar um internauta, bastando que este faça
uma notificação simples, sem sequer acionar a Justiça. O trecho se refere
estritamente a casos de "pornografia de revanche", mas os piratas consideram a
ideia "inadimissível".
"O Art. 22, ao estabelecer o sistema de notificação e retirada, conhecido como
notice-and-take-down, é uma surpresa negativa; não apenas pela forma reativa e
pouco discutida do texto, mas considerando o desrespeito à experiência de
elaboração coletiva do próprio projeto, no qual proposta semelhante foi objeto
de forte crítica da sociedade em 2010."