WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Crimes Digitais, Marco Civil da Internet e Neutralidade da Rede --> Índice de artigos e notícias --> 2013
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[12/03/13]
Autoridade independente é ponto central do anteprojeto da lei de proteção de
dados - por Lúcia Berbert
Proposta deve ser entregue à Casa Civil brevemente, mas ainda não há prazo para
o envio ao Congresso Nacional.
O anteprojeto da lei geral de proteção de dados, que deverá ser enviada à Casa
Civil até o mês de abril, traz muitas mudanças sobre o texto colocado em
consulta pública em 2010, mas continua estruturado em torno de uma autoridade
independente que ficará responsável pela aplicação da norma. A informação foi
dada nesta terça-feira (12), pelo coordenador-geral de Estudos e Monitoramento
de Mercado, do Ministério da Justiça, Danilo Doneda. Ele disse que o texto que
será entregue não detalha a estrutura dessa autoridade, mas ressalta a
importância da necessidade de sua independência e força para, inclusive,
fiscalizar o próprio Estado.
“No anteprojeto nós estamos propondo as competências dessa autoridade, mas não
sua arquitetura de funcionamento”, disse Doneda, que admitiu ter recebido
sugestões de outros órgãos de vinculação desse órgão, mas isso não está previsto
no texto. Ele admite que essa independência não é comum no governo, mas alerta
que se não houver autonomia da autoridade, ela perde sua eficiência.
Além do tratamento dado as informações pessoais pelo Estado, a lei também
disciplinará a proteção necessária às informações dos cidadãos pelas empresas e
está focada nos princípios centrais que regem essa questão, como finalidade,
necessidade, transparência e livre acesso. Mas, segundo Doneda, traz novidades,
como o ordenamento da transferência internacional de dados, atendendo a demandas
dos setores privados e públicos, dentro de modelo que permitam o controle do
cidadão.
Doneda ressaltou que a proposta unifica e amplia as previsões já em leis de
proteção de dados pessoais. Ele afirma que a nova norma trará benefícios para o
setor privada, que poderá usá-la em favor de vantagem competitiva ou para
conquistar a confiança do seu cliente.
Paradigma
Doneda afirmou que a lei poderá promover um salto interpretativo dos preceitos
da constituição em relação a proteção de dados. “É preciso ultrapassar o
paradigma de que a proteção de dados deve se limitar quando há comunicação e não
apenas na guarda estática deles”, afirmou.
Segundo ele, a proteção de dados somente na sua comunicação deixaria de lado uma
série de efeitos deletérios contra a liberdade, a personalidade, e reforça a
urgência da aprovação da nova lei. Ele disse que essa questão, que já criou uma
espécie de jurisprudência, está sendo examinada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
Doneda foi um dos palestrantes do evento promovido pela Brasscom (Associação
Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), em Brasília,
sobre Economia Digital, Cloud Compunting e Proteção de Dados.
Internet
Sobre a interação do anteprojeto de lei com o Marco Civil da Internet, Doneda
disse que não há problemas, apesar de que este, em alguns casos, regule tema
específico, como a guarda de logs por tempo específico. “Na redação atual do
Marco Civil não vemos divergência concreta que a proposta de lei geral de
proteção a dados pessoais”, disse.