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Fonte: G1
[05/11/13]
Relator anuncia que fará mudanças no texto do Marco Civil da Internet - por
Felipe Néri
O relator na Câmara do projeto que cria o Marco Civil da Internet, deputado
Alessandro Molon (PT-RJ), deverá finalizar nesta terça-feira (5) os últimos
ajustes no texto a ser votado pelo plenário e que atualmente tranca a pauta da
Casa. O parlamentar não informou que mudanças deverá fazer sem seu parecer.
O Marco Civil da Internet é uma espécie de Constituição para a rede, que
estabelece normas gerais de utilização, com direitos dos usuários e deveres de
provedores, por exemplo. Na manhã de quarta (6), a Câmara promoverá debate com
especialistas dos setores de telecomunicações e internet, e representantes do
governo federal para tratar do tema.
A previsão era que a matéria fosse votada também na quarta, mas deputados
descartam esta possibilidade pela falta de consenso.
O relator da matéria se reuniu até a noite de segunda-feira com especialistas
para definir pontos que ainda podem ser alterados. Mesmo sem ter finalizado o
texto, Molon afirmou a G1 que manterá um dos pontos mais polêmicos da proposta,
que tem gera divergência entre parlamentares e contraria as companhias de
telecomunicações.
A neutralidade está ficando e sobre isso não há concessão"
A chamada "neutralidade de rede" impede que as provedoras de internet façam
distinção de conteúdo, origem e destino ou serviço, oferecendo planos que
permitam aos usuários utilizar, por exemplo, somente acesso ao e-mail ou a redes
sociais. "A neutralidade está ficando e sobre isso não há concessão. Não é
possível abrir brechas naquilo que é considerado o principal ponto do projeto",
disse Molon.
Por outro lado, o relator afirmou não ter definido, até a noite de segunda, se
deixaria no texto o pedido do governo para que as empresas de internet armazenem
dados de usuários no Brasil. "Não está definido o que entrará no texto sobre os
datacenter [locais para armazenamento de dados no país]. Não está decidido se
vai entrar. Pode ser que entre em projeto de proteção de dados pessoais, a ser
encaminhado pelo governo", declarou.
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou, no entanto, que
o governo faz questão que a proposta esteja no texto. "Tem algumas questões que
são questões fechadas. A posição de governo reiterada é a guarda dos dados no
Brasil. Isso vai estar no Marco Civil da Internet. Não recua. A neutralizada da
rede também é outra questão que a presidenta faz questão de afirmar", disse
Ideli.
Em setembro, após vir à tona que agências de inteligência dos Estados Unidos
interceptaram mensagens e dados da presidente Dilma Roussef e da Petrobras o
projeto do Marco Civil da Internet passou a tramitar em regime de urgência na
Câmara dos Deputados.
O relator do texto também informou que não mencionará em seu relatório trecho
sobre a chamada "franquia de dados", com a autorização ou proibição para que
empresas possam reduzir a velocidade do acesso em função da quantidade de dados
já utilizados pelo internauta. "Isso diz respeito ao modelo de negócio de cada
empresa e eu não vou incluir no texto", disse Molon.