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Leia na
Fonte: Teletime
[05/11/13]
Molon divulga relatório e descarta votação esta semana
(Tabela comparativa entre o texto atual e a versão que veio do Executivo)
Nota de Helio Rosa:
Trechos em destaque:
"O novo relatório esta disponível na homepage de TELETIME, assim como uma
tabela
comparativa entre o texto atual e a versão que veio do Executivo."
"A
íntegra,
divulgada por Molon, aliás, está disponível na homepage do site TELETIME."
HR
Transcrição:
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) divulgou nesta terça, 5, o relatório final
do Marco Civil da Internet (PL 2.126/2011). O texto foi negociado junto ao
Palácio do Planalto e, segundo Molon, a presidenta Dilma Rousseff apoia o texto
"na íntegra". A
íntegra,
divulgada por Molon, aliás, está disponível na homepage do site TELETIME.
O principal ponto do projeto, a neutralidade de rede, sofreu algumas pequenas
modificações, mas nada nem perto daquelas desejadas pelas teles, que queriam,
por exemplo, que ficasse explícita no texto a possibilidade de planos de
serviços com franquia de dados. Segundo o relator, o Marco Civil é uma lei "principiológica"
e, por isso, não vai tocar em modelos de negócios.
Teles e radiodifusão chegaram a costurar entre si um texto de consenso, que foi
rejeitado por Molon. Basicamente, o acordo entre os dois setores incluía a
possibilidade de planos por franquia de dados, o que agradava às teles, e
mantinha a redação sobre a retirada de conteúdo protegido por direitos autorais.
Mas, segundo apurou este noticiário, as empresas de mídia não fizeram esforço
para assegurar a aceitação da proposta comum alinhavada porque ficaram
incomodadas com os vazamentos das negociações.
Alessandro Molon não acredita que o projeto será votado ainda nesta semana. Na
semana passada, falava-se que seria possível votar o projeto após a comissão
geral, que acontece na próxima quarta, 6. "Eu tenho dúvidas se amanhã, após a
comissão geral, os líderes se sentirão suficientemente seguros para votar. Tenho
ouvido de alguns líderes que seria melhor votar na semana que vem, até para
absorver o debate da comissão geral", disse ele.
Neutralidade
O novo texto determina que, na hipótese de degradação ou discriminação de
tráfego, o responsável não deverá causar danos aos usuários na forma do artigo
927 do Código Civil (inciso I). Além disso, deve agir com proporcionalidade,
transparência e isonomia (inciso II). O texto final mantém o inciso IV, que na
versão que foi divulgada pela Agência Câmara havia sido suprimido: oferecer
serviços em condições comerciais não discriminatórias e abster-se de praticar
condutas anticoncorrenciais.
No parágrafo terceiro foi retirada a palavra "fiscalizar". "Na provisão de
conexão à Internet, onerosa ou gratuita, bem como na transmissão, comutação ou
roteamento, é vedado bloquear, monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos
pacotes de dados". "O projeto não abre brecha nenhuma à quebra da neutralidade.
Ao contrário, torna ainda mais forte a proteção. Este é o coração do projeto e
nós vamos lutar com todas as forças para que ele não seja modificado no
Plenário", disse o deputado em coletiva com a imprensa.
Proteção de dados pessoais
Em relação à proteção de dados pessoais, tema que virou prioridade na agenda do
governo após as denúncias de espionagem, o texto ficou muito mais completo e
abrangente. O texto estabelece que em qualquer operação de "coleta,
armazenamento e tratamento" de dados pessoais ou de comunicação em que pelo
menos um dos terminais esteja em território nacional, deve ser respeitada a
legislação brasileira, o direito à privacidade e o sigilo da comunicação (artigo
11). Tanto as teles quanto os provedores de aplicações estão sujeitos ao
disposto no artigo e está previsto um decreto para regulamentar o procedimento
para apuração do disposto no artigo. Além disso, as cláusulas dos contratos de
adesão que não informem os termos que envolvem a coleta de dados e que
estabeleçam outro foro para resolução de conflitos que não o Brasil, serão
consideradas "nulas de pleno direito". "Havia a possibilidade de tratarmos na
lei de proteção de dados pessoais, mas como o processo legislativo no Brasil é
demorado, havia a possibilidade de essa resposta ser um silêncio", afirma o
deputado.
Molon também acatou a sugestão do governo de obrigar a instalação de data
centers no País. A medida, entretanto, por enquanto é branda. O texto estabelece
que um decreto "poderá obrigar" os provedores que exercem atividade econômica,
considerando o seu faturamento e amplitude dos seus serviços, a armazenarem os
dados no Brasil. Com essa redação, Molon entende que ficarão de fora as pequenas
e médias empresas, os blogueiros etc.
Guarda de dados
Foi acrescentado que os provedores de aplicações não poderão guardar dados
pessoais que sejam "excessivos" em relação à finalidade para a qual foi dado o
consentimento. Outra mudança foi proibi-los de guardar os dados de acesso a
outras aplicações.
Direito autoral
Molon não estabeleceu o direito de retirada de conteúdo que infringe direitos
autorais dos serviços de Internet. Em princípio, vale a regra de que só saem os
conteúdos determinados por ordem judicial, e no caso de conteúdos com direitos,
haverá uma legislação específica. Até essa legislação, vale a regra da
legislação atual. O polêmico parágrafo 2º do artigo 5º (agora do artigo 20) foi
reformulado para: "A aplicação do disposto neste artigo para infrações a
direitos de autor ou a diretos conexos depende de previsão legal específica, que
deverá respeitar a liberdade de expressão e demais garantias previstas no art.
5º da Constituição Federal".
De acordo com o deputado, a nova redação foi "pactuada" com a sociedade civil. A
redação anterior era criticada pelas entidades que militam pela liberdade de
expressão. Antes o texto dizia apenas que o disposto no caput não se aplicava ao
conteúdo que infringe direito de autor, o que dava a entender que a retirada
poderia ser imediata.
O novo relatório esta disponível na homepage de TELETIME, assim como uma
tabela
comparativa entre o texto atual e a versão que veio do Executivo.