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Fonte: Teletime
[06/11/13]
PMDB vai apresentar destaque para votar o texto original que veio do Executivo
- por Helton Posseti
Ao que tudo indica a votação do Marco Civil da Internet, agora oficialmente
agendada para a próxima semana, será marcada por várias divergências. O líder do
PMDB, Eduardo Cunha (RJ), avisou que o seu partido vai propor a votação do texto
original que veio do Executivo. "O PMDB vai apresentar destaque para votar o
projeto original do Poder Executivo e, a partir daí, discutir as emendas",
afirma ele. Para ele, o projeto como relatado pelo deputado Alessandro Molon
(PT-RJ) "ficou mais intervencionista do que o original".
O descontentamento do partido está concentrado nos artigos da neutralidade de
rede que tratam do armazenamento de dados no Brasil, inseridos pelo relator
Alessandro Molon a pedido do governo federal.
A oposição do deputado ao artigo da neutralidade já era conhecida. Cunha foi
presidente da Telerj e o seu entendimento sobre o assunto é alinhado ao das
teles. Como autor do requerimento de realização da comissão geral sobre o
assunto nesta quarta, 6, o deputado Eduardo Cunha foi o primeiro a se
pronunciar. "Se eu tenho que oferecer a mesma capacidade para todo mundo, a
infraestrutura tem que ser a máxima para todo mundo. É óbvio que vai aumentar o
custo para o usuário", afirma ele.
A aprovação do texto atual da neutralidade de rede, para ele, significa passar
uma mensagem para o mercado de que os investimentos realizados no Brasil não
terão retorno. "O PMDB não vai aceitar esse tipo de coisa colocada. Vamos fazer
o enfrentamento no Plenário", garante ele.
Para o deputado, a possibilidade de as teles montarem planos adequados a cada
perfil de uso não fere a neutralidade de rede. Essa possibilidade para Cunha é a
garantia de que as redes de dados não terão problemas como os enfrentados pela
telefonia móvel, o que segundo ele foi desencadeado pelos planos ilimitados.
Data center
Embora o texto proposto por Molon seja brando em relação à obrigatoriedade de
armazenagem de dados no Brasil, o PMDB também se opõe a esse ponto. Molon
ressaltou em coletiva de imprensa realizada na última terça, 5, que a
armazenagem de dados no Brasil "poderá" ser estabelecida através de um decreto e
se isso acontecer a obrigação atingirá apenas os grandes provedores de serviços
na Internet.
Mesmo assim, o maior partido da Câmara dos Deputados, se opõe ao texto. "Alguém
acha que a gente vai inventar o mercado por decreto. Decreto pode ser revogado
pelo governante de plantão".