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Fonte: Teletime
[11/10/13]
Governo se reúne para fechar texto do Marco Civil - por Helton Posseti
Diversos órgãos do governo se reuniram na última quinta, 10, para bater o
martelo na versão final do texto do Marco Civil da Internet. O texto está
praticamente fechado, diz uma fonte, com exceção do parágrafo segundo do artigo
15, sobre o qual ainda há uma certa polêmica.
Este trecho abre uma exceção para a retirada de conteúdo protegido por direitos,
que só pode ser feita com ordem judicial. No caso do conteúdo que infrinja
direito de autor ou conexo, pelo texto ficaria mantida a prática do "notice and
take down" utilizada na redação atual em tramitação.
Segungo duas fontes ouvidas por este noticiário, a presidenta Dilma Rousseff
teria pedido para retirar este trecho durante a reunião com o Comitê Gestor da
Internet (CGI), ocorrida no dia 16 de setembro, em resposta a uma manifestação
de representante da sociedade civil no CGI, o professor Sérgio Amadeu. A
preocupação é que o parágrafo segundo abriria uma brecha à censura.
Os interlocutores admitem que esse ponto não é consenso dentro do governo, mas,
"se a presidenta pediu, tem que tirar". O parágrafo segundo do artigo 15 foi
incluído pelo relator a pedido do Ministério da Cultura (MinC), que por sua vez
buscava proteger o interesse dos produtores audiovisuais, incluindo as emissoras
de TV. O argumento do MinC é que a questão de direitos autorais será tratada em
projeto específico, por isso, a necessidade de se excetuar o conteúdo protegido
por direito autoral da regra de retirada. A prova de que não é consenso se deu
já na mesma reunião. Logo após ter dido "Vamos tirar", a presidenta saiu para a
tender ao telefone do presidente dos EUA, Barack Obama. Com a presidenta fora da
sala, o ministro da Jusitiça, Eduardo Cardozo, passou a defender a manutenção do
trecho.
A assessoria do deputado relator, Alessandro Molon (PT-RJ), entretanto, nega que
presidenta tenha pedido a retirada do trecho. Segundo a assessoria de Molon, há
setores do governo que querem a retirada, mas essa posição não é a da presidenta
e também não é a do relator. A resposta da presidenta contudo foi reconfirmada
hoje por duas fontes que estiveram na reunião. Nem o deputado Molon nem a sua
assessoria estavam presentes.
Em relação à neutralidade de rede, a posição, esta sim já consensuada, é pela
manutenção do texto do substitutivo de Molon. Também é consenso a
obrigatoriedade de guarda de dados no Brasil, ainda que nesse aspecto a
implicação jurídica ainda esteja em análise.
Na próxima segunda, 14, está prevista uma reunião da presidenta Dilma com os
líderes da base aliada na Câmara para tratar do assunto, da qual o deputado
Alessandro Molon deve participar. A ideia é mobilizar os parlamentares a votarem
Marco Civil.