WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Crimes Digitais, Marco Civil da Internet e Neutralidade da Rede --> Índice de artigos e notícias --> 2013
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na
Fonte: Terra
[19/10/13]
Demi Getschko, conselheiro do CGI, põe em dúvida criação de marco internacional
de internet *
* Título original desta matéria: "Consultor de Dilma põe em
dúvida criação de marco internacional de internet"
O conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), órgão consultor do governo em
assuntos relacionados com a rede, Demi Getschko, pôs em dúvida nesta sexta-feira
a possível criação de uma lei internacional para o controle de internet.
As declarações de Getschko, considerado um dos pais da internet no Brasil,
acontecem um mês depois de a própria presidente Dilma Rousseff pedir durante a
Assembleia Geral da ONU a aprovação de um marco civil internacional para
proteger a privacidade dos usuários na internet.
"Não é possível ter uma lei internacional porque as culturas variam, mas é
viável que cada um dos países aceite que é necessária uma internet aberta e
livre, mas na qual é importante que não haja invasão; que a privacidade do
indivíduo seja respeitada", explicou Getschko em entrevista coletiva a
correspondentes estrangeiros em São Paulo.
O Congresso deve aprovar no final do mês o projeto de lei conhecido como Marco
Civil da Internet, redigido desde 2010 por diversos organismos, entre eles o
Ministério da Justiça e o CGI, e que Dilma quer propor na ONU como inspiração
para a criação de um marco internacional.
Segundo o CGI, a necessidade de aprovar o Marco Civil da Internet, que defende a
privacidade do usuário e o igual acesso dos recursos online, entre outros
aspectos, ganhou força no Brasil após as denúncias de espionagem por parte dos
Estados Unidos.
O ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), Edward
Snowden, divulgou documentos que mostram que os EUA espionaram as comunicações
eletrônicas e telefônicas de Dilma e seus principais assessores, assim como da
Petrobras.
Dilma protestou na Assembleia Geral da ONU por este caso de espionagem, que
considerou "uma violação" da soberania do país, "uma afronta" e "uma falta de
respeito" que não pode justificar-se pela luta contra o terrorismo.
Dias antes da Assembleia, a presidente se reuniu com o CGI, órgão composto por
representantes do governo, do setor empresarial e de serviços, assim como por
membros da comunidade acadêmica, para analisar a situação da internet no país.
O CGI foi o encarregado de elaborar os princípios sobre governabilidade na
internet expostos posteriormente por Dilma na ONU, e que também estão refletidos
no Marco Civil da Internet.
Getschko, presidente do "braço operacional" do CGI, também destacou que, para
evitar futuros casos de espionagem, é necessário "diversificar o tráfego da
informação" e "tomar precaução com os equipamentos que se compra" para evitar o
acesso à informação.