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Leia na Fonte: Convergência Digital
[21/10/13]  Para deter os EUA, Brasil e Europa negociam regras comuns para computação em nuvem - por Ana Paula Lobo

Para reconstruir a confiança do consumidor na oferta dos serviços em nuvem - abalada, de acordo com o ministro conselheiro da União Europeia no Brasil, Augusto de Albuquerque, Brasil e Europa negociam a adoção de regras comuns para validar as ofertas de cloud. A proposta tem uma série de ações, mas uma delas é considerada essencial: o estabelecimento de uma multa de 2% na receita global das empresas que venham a usar a espionagem para obter informações de terceiros.

"Só há uma maneira de empresas capitalistas sentirem o efeito da lei que é a punição que venha a doer no bolso. Estamos propondo isso na Europa. E a instituição da multa. Esse artigo poderá virar lei e será votada em abril de 2014", informou Albuquerque, que participou nesta segunda-feira, 21/10, do painel sobre Marco Civil da Internet, realizado como pré-evento do Futurecom 2013.

Albuquerque ressaltou que as preocupações do Brasil e da Europa no mundo da computação em nuvem são bastante semelhantes: garantir a confidencialidade e a integridade dos dados. "Isso é crucial para que tenhamos serviços sólidos. O momento é o de restaurar a confiança nessas ofertas, uma vez que ela ficou muito abalada com a comprovação da espionagem das agências dos EUA", sustentou, deixando claro que esse é o momento para que empresas europeias e brasileiras ganhem mais espaço e minimizem o poderio das americanas.

"Queremos uma norma comum para ter uma indústria não dependente dos Estados Unidos e a sua espionagem sistemática", reiterou.Entre as medidas que serão votadas pelo Parlamento Europeu está também a obrigatoriedade de os dados dos europeus ficarem hospedados no território europeu.
"A transferência de dados é uma realidade e não há como impedir, mas podemos e queremos ter os dados das nossas empresas em nosso território e não onde o provedor americano quer hospedar", detalhou.

Vale lembrar que a obrigatoriedade do armazenamento de dados também é questão exigida pela presidenta Dilma Rousseff, após a descoberta das ações de espionagem dos Estados Unidos nos e-mails do governo e de estatais, como a Petrobras. Não se sabe, porém, se essa ação virá no Marco Civil da Internet ou na Lei de Proteção de Dados Pessoais, que está em formulação pelo ministério da Justiça. A ação comum entre Brasil e Europa será debatida em um workshop em Brasília, agendado para o dia 11 de novembro. Outra ação importante para consolidar a oferta de serviços na nuvem é a integração entre as startups brasileiras e europeias. Já há uma ação em curso que é o intercâmbio de conhecimento e de negócios entre as startups europeias e brasileiras.