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Fonte: Teletime
[21/10/13]
Em carta aberta, ProTeste denuncia "forte lobby" das operadoras contra o Marco
Civil - por Helton Posseti
A ProTeste, associação de consumidores, entregará na próxima quarta, 23, a
deputados e senadores uma carta aberta
pedindo a aprovação do PL 2.126 de 2011 – o Marco Civil da Internet – com
garantia de neutralidade de rede e liberdade de expressão. A associação se
reunirá com os integrantes das Comissões de Defesa do Consumidor e de Ciência e
Tecnologia e lideranças dos partidos.
No documento a associação critica o que chamou de "forte lobby" das operadoras
para alterar o texto proposto pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator da
matéria. A ProTeste defende a manutenção do texto do artigo 9º, que obriga os
provedores de conexão (as teles) a tratar de forma isonômica qualquer tipo de
pacote de dados.
Além disso, a associação defende a exclusão do parágrafo segundo do artigo 15,
segundo o qual o provedor pode ser responsabilizado caso não retire do ar
conteúdo que infringe direitos autorais quando for notificado. Para os demais
tipos de conteúdo, a responsabilização do provedor se dá quando ele não cumprir
ordem de judicial de retirada.
"Sob o falso argumento de defesa dos direitos autorais há empresas no setor de
radiodifusão também fazendo lobby. Querem que uma simples notificação possa
criar responsabilidade para o provedor caso mantenha a publicação de conteúdo
que contrarie os interesses privados destes grupos econômicos. Fica evidente a
intenção de criar mecanismos lesivos de censura privada", diz a carta aberta.
Outro pedido da ProTeste na carta aberta é para que seja mantido o Comitê Gestor
da Internet no Brasil (CGI) "para coordenar e integrar todas as iniciativas de
Internet no País". Em uma das primeiras versões do relatório do deputado Molon,
o CGI deveria ser "ouvido" para se definir as exceções em que a regra da
neutralidade poderia ser quebrada. O texto atual, entretanto, estabelece que
essas exceções serão estabelecidas pelo Poder Executivo.
A carta da ProTeste aparece em um momento crucial para o Marco Civil da
Internet. Isso porque, de acordo com o prazo da urgência constitucional
solicitada pela presidenta Dilma Rousseff para o projeto, ele tem até o dia 28
de outubro para ser votado na Câmara dos Deputados. Caso contrário, a pauta da
Casa passa a ser bloqueada até a sua votação.
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CARTA ABERTA AOS DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES DA REPÚBLICA
PELA APROVAÇÃO DO MARCO CIVIL DA INTERNET COM GARANTIA DE NEUTRALIDADE DAS REDES
E LIBERDADE DE EXPRESSÃO
A PROTESTE Associação de Consumidores vem à público denunciar o forte lobby que
as operadoras de telecomunicações vêm fazendo para alterar o Projeto de Lei nº
2126/2011 (Marco Civil da Internet). Querem restringir o acesso amplo e sem
discriminação às redes de banda larga.
Defendemos a manutenção do texto do artigo 9º, do PL, que obriga os provedores
do serviço de acesso à internet a tratar de forma isonômica todo e qualquer
consumidor, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou
aplicativo, sendo vedada qualquer discriminação ou degradação do tráfego de
dados.
Além disso, a Associação quer que se garanta a liberdade de expressão, e que os
conteúdos publicados na internet só possam ser retirados por ordem judicial.
Sob o falso argumento de defesa dos direitos autorais há empresas no setor de
radiodifusão também fazendo lobby. Querem que uma simples notificação possa
criar responsabilidade para o provedor caso mantenha a publicação de conteúdo
que contrarie os interesses privados destes grupos econômicos. Fica evidente a
intenção de criar mecanismos lesivos de censura privada.
Queremos garantir a manutenção do Comitê Gestor da Internet, órgão criado desde
1995, para coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços de Internet no
país. Ele promove a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços
ofertados com excelência reconhecida internacionalmente, e é composto por
representantes de diversos segmentos da sociedade e governo.