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Fonte: Tele.Síntese
[21/10/13]
Pinheiro defende maior detalhamento da neutralidade de rede no Marco Civil -
por Lúcia Berbert
Senador disse, na abertura da 15ª Futurecom, que poderá emendar projeto.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) defendeu, nesta segunda-feira (21), um maior
detalhamento da neutralidade de rede no Marco Civil da Internet, deixando claro
que não pode haver discriminação inclusive para provedores de conteúdo. “Não é
possível deixar que essa questão seja regulamentada pela Anatel se a diretriz
não estiver definida”, afirmou. Pinheiro já admite que o projeto será emendado
no Senado, para que fique mais claro. "O projeto não pode ser uma carta de
intenções", assinalou.
A posição do senador difere frontalmente da que foi defendida pelo deputado
Jorge Bittar (PT-BA), que quer no texto apenas generalidade, deixando o
detalhamento para a regulamentação. “A internet é muito dinâmica, não pode ser
amarrada”, argumentou. Ou seja, o projeto de lei que tramita na Câmara há dois
anos não obtém consenso nem no Partido dos Trabalhadores e precisa ser votado
até o final deste mês, quando vence o prazo da urgência constitucional.
No debate promovido pela Telebrasil na 15ª Futurecom, aberta nesta segunda-feira
no Riocentro, não faltaram divergências sobre a neutralidade de rede. O
presidente da Abranet, Eduardo Nager, o conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone,
defenderam o texto do relator sobre o tema. Segundo Zerbone, ele está condizente
com o que diz a LGT (Lei Geral de Telecomunicações). “A norma diz que os
provedores de conteúdo têm que ser tratados como usuários e, em outro artigo,
proíbe discriminação dos usuários”, sustenta.
O diretor do Etno (a associação dos teles na Europa), Carlos Lopes, e o
diretor-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, entendem que é preciso
flexibilizar a neutralidade, para permitir a otimização da rede. “Mas para isso,
não é preciso discriminar conteúdo”, rebate o senador.
Investimentos
O representante da União Europeia, Carlos Albuquerque, disse que não comentaria
o projeto do Marco Civil brasileiro, mas disse que há uma proposta de um novo
marco regulatório da economia digital na Europa que defende a neutralidade de
rede como a única forma de manter a internet aberta. “Sem internet aberta não há
como conectar a todos”, ressaltou.
Já o representante do Morgan Stanley, Diego Aragão, asseverou que o banco não
recomenda investimentos em telecomunicações no Brasil em função da alta carga
tributária que incide sobre o setor e pelo baixo retorno do capital investido.
“A selic tem taxas maiores que a recuperação obtida pelas empresas”, salientou.