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Fonte: Teletime
[11/09/13]
Governo pede urgência constitucional e projeto terá 45 dias para ser votado
- por Samuel Possebon
Compelida ou não pelas preocupações referentes à segurança da Internet, a
presidenta Dilma Rousseff decidiu pedir o regime de urgência constitucional ao
Projeto de Lei 2126/2011, o Marco Civil da Internet. A solicitação de urgência
ao Congresso, publicada no Diário Oficial nesta quarta, 11, significa que
regimentalmente o projeto terá 45 dias para ser votado em cada casa, ou seja, 45
dias para votação na Câmara e depois o mesmo prazo para votação no Senado. Caso
esse prazo não seja cumprido, a pauta fica trancada até a votação e todos os
demais projetos param. Em tese, a medida sinaliza ao Congresso o empenho do
governo em votar a matéria.
Mas, mesmo sendo a vontade do governo, existem questões ainda pendentes. A
principal delas é o PMDB, que vinha segurando a votação até aqui, atendendo a um
pleito das empresas de telecomunicações. Mas mesmo dentro do PT existem
divergências, e o próprio governo gostaria de ver modificações no texto, ainda
não acatadas pelo relator Alessandro Molon (PT-RJ).
Entre as principais, estão a obrigatoriedade de guarda de dados no território brasileiro para empresas que tenham atividades comerciais no Brasil, a simplificação do texto do artigo referente à neutralidade de rede (retornando a redação original do Executivo, algo que tanto Ministério das Comunicações quanto Justiça concordavam), e garantias mais claras da possibilidade de prática de franquia de dados na comercialização dos acessos (um desejo do Ministério das Comunicações).
A redação que será consensuada entre governo e relatoria na
Câmara ainda não está pronta, e uma vez concluída, não se sabe se o PMDB
aceitará.
Parte do governo também tentava acelerar a legislação de proteção de dados, para
fazer com que ela fosse aprovada em conjunto com o Marco Civil, mas ainda havia
alguma resistência dentro do próprio Ministério da Justiça nesse sentido, apesar
de ser a vontade da Presidência da República. A expectativa é de que a votação
na Câmara possa se dar ainda esse mês, ainda que o prazo legal seja até dia 25
de outubro. Mas há outras matérias com urgência constitucional na pauta de
votação e elas têm prioridade.