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Fonte: Convergência Digital
[07/04/14]
Emenda propõe consulta pública sobre neutralidade de rede - por Luís Osvaldo
Grossmann
O governo federal costuma ter mais sucesso na votações no Senado, mas como visto
é grande o número de emendas já propostas ao Marco Civil da Internet e em alguma
medida retomado um tema que já parecia superado: o poder discricionário do
Executivo na regulamentação da lei.
O argumento é usado pelo líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), ao
justificar uma emenda que pode criar embaraços à aplicação da neutralidade de
rede (leia aqui). Segundo ele, o que busca é “evitar o estabelecimento de
tratamentos discriminatórios descabidos por parte do governo federal”.
No mais, o próprio Aloysio Nunes reclama do que chamou de “uma pressão nada
republicana pela aprovação deste projeto com celeridade incomum nesta Casa. Não
é justo e nem democrático alijar o Senado Federal do processo legislativo
constitucional.”
Mas o tema da regulamentação – em que pese o princípio constitucional de que as
leis são regulamentadas pelo Executivo – também gerou uma sugestão nova nesse
terreno: a ideia de que a sociedade volte a ser ouvida ao longo desse processo,
prevista em emenda do senador Pedro Taques (PDT-MT).
Dessa forma, no parágrafo primeiro do artigo 9o, mantém-se aquela solução de que
a presidência da República vai ouvir a Anatel e o Comitê Gestor da Internet
antes de editar a regulamentação, mas inclui no rol “a sociedade brasileira
através de consulta pública, inclusive pela Internet”.
Ainda que a regulamentação do Executivo não volte a se transformar em polêmica,
o grande interesse na relatoria do Marco Civil pelos senadores parece ser o
principal fator a inviabilizar um texto aprovado antes de 11/5, quando passa a
trancar a pauta do Plenário.
Até aqui três são as comissões temáticas onde o PLC 21/14 vai tramitar – Meio
Ambiente e Defesa do Consumidor, Constituição e Justiça e Ciência e Tecnologia.
Na primeira, a solução diante da disputa foi sortear o relator, cabendo a missão
ao senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
Nas outras duas, não foi necessário. Com a prerrogativa de indicar o relator, os
presidentes de ambas as comissões o fizeram indicando a si mesmos – portanto
Vital do Rego Filho (PMDB-PB), na CCJ; e Zezé Perrela (PDT-MG), na CCT. Essa
lista, no entanto, pode aumentar ainda mais.
As comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais e de Direitos Humanos
já apresentaram pedidos para que também sejam ouvidas e, assim, contem
igualmente com relatores próprios. E mais uma entrou na fila, visto que, da
mesma forma, deseja ter relator a comissão de Serviços de Infraestrutura.