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Leia na Fonte:
Convergência Digital
[10/04/14]
Marco Civil: relatores reclamam de pressão 'injusta' por urgência - por Luís
Osvaldo Grossmann
Há um evidente brio dos relatores do Marco Civil da Internet no Senado sobre a
importância de seu papel e, por isso mesmo, aparentemente ofendidos com os
pedidos de rapidez na aprovação do texto da forma como saiu da Câmara dos
Deputados. Daí ser incerta, até aqui, uma aprovação dentro do prazo da urgência
constitucional – 11/5 – mas mesmo antes do NetMundial, em 23/4.
Os apelos foram reiterados pelos participantes da primeira de três audiências
públicas que o Senado realiza nesta e nas próximas semanas. Representantes do
Ministério da Justiça, academia, sociedade civil, comércio eletrônico e mesmo da
polícia entendem que o ideal é que o Senado mantenha o texto.
Mas entre os três relatores definidos até aqui, pelo menos Luiz Henrique
(PMDB-SC) não concorda. “Não creio que a melhor alternativa seja essa urgência
urgentíssima que querem nos impor para aprovar este projeto. O Senado tem todo
direito de analisar detalhadamente para que ele, que já é bom, seja aprimorado.
De minha parte, vou devagar com o andor, que o santo é de barro.”
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, também relator do projeto,
Vital do Rego Filho (PMDB-PB), emendou ser “profundamente injusto ser imputado
ao Senado um prazo para que não exerçamos na plenitude nosso direito e dever”.
Ainda assim, disse esperar “que todos os aprimoramentos sejam redacionais”. Se
não houver mudanças de mérito, o projeto não volta à Câmara.
Praticamente todos os ‘visitantes’, o que inclui o relator do Marco Civil na
Câmara, Alessandro Molon (PT-RJ) e uma pequena parcela dos senadores presentes –
eram pouquíssimos – insistiram na importância, ainda que simbólica, de o projeto
estar aprovado até o dia 23 próximo, quando começa em São Paulo o NetMundial.
A ausência, mais do que a presença, de tão interessados parlamentares, não
deixou de ser notada. “É lícito e correto que os senadores apresentem emendas.
Mas venho aqui nas audiências e praticamente tenho que bater o pênalti e
cabecear”, brincou Walter Pinheiro (PT-BA), ao falar para um plenário onde
estavam apenas ele e o presidente da Comissão de C&T, Zezé Perrela (PDT-MG).