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Fonte: Tele.Síntese
[22/04/14]
Marco Civil da Internet é aprovado no Senado por unanimidade - por Lúcia
Berbert
Projeto agora vai à sanção presidencial, que deve ocorrer na conferência
O plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (22), a proposta do Marco Civil
da Internet em alteração ao texto aprovado na Câmara, após a acalorada
discussão, que quase culminou em troca de tapas entre senadores da situação e
oposição. Com isso, o texto do que é considerado a “constituição da internet”,
poderá ser apresentada na conferência sobre governança da web, a NETmundial, que
se realiza a partir desta quarta-feira (23), em São Paulo.
A votação só foi possível porque a maioria dos senadores presente aprovou a
inversão da pauta do plenário, proposta pelo líder do governo, senador Eduardo
Braga (PMDB-AM). Antes disso, o mesmo senador desistiu em colocar em votação o
requerimento de urgência para apressar a votação da matéria, que ocupava o
último lugar da pauta.
Para facilitar um acordo, Braga se comprometeu a incluir emendas ao Marco Civil
da Internet na primeira Medida Provisória que cegasse ao Senado. O objetivo foi
de acalmar os senadores, que reclamavam a impossibilidade de emendar um projeto
que consideram bom, mas que poderia se tornar ótimo, como defendia o senador
Aloysio Nunes (PSDB-SP), que apresentou quase 10 emendas ao projeto.
No plenário, a emenda aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, na manhã
desta terça-feira, que especificava as autoridades administrativas que podem ter
acesso aos dados cadastrais dos usuários apenas aos delegados de Polícia e ao
Ministério Público. A emenda foi considerada apenas redacional, mas os senadores
Glesi Hoffman (PT-PR) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP) alertaram que era de mérito
e que, se acatada, remeteria o projeto de volta à Câmara.
Também foi confirmado o texto aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia
aprovado hoje de manhã. E coube ao senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) a relatoria
da matéria no plenário pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e
Fiscalização e Controle, que não apreciou a matéria no prazo regimental por
desistência do relatos, senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
Para o senador Walter Pinheiro (PT-BA), a aprovação do Marco Civil da Internet
determina a qualidade da web, ao assegurar a neutralidade da rede. O petista,
junto com o líder do governo, foi o que mais trabalhou pela aprovação da matéria
ainda hoje.
Sem o trabalho a articulação promovida por Pinheiro e Braga, a matéria somente
ganharia prioridade na pauta do plenário dia 5 de maio, de acordo com a
tramitação de urgência. E o trancamento da pauta ocorreria a partir do dia 11 de
maio. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que relatou a matéria na Câmara,
acompanhou tods os debates de hoje.
A única voz dissonante foi a do senador Agripino Maia (DEM-RN), que chegou a
defender alterações no artigo sobre a neutralidade da rede, que parecia ter
apoio consensual na Casa. Maia defendeu a possibilidade de uma “administração
razoável” do tráfego da rede, para impedir que os que usam menos paguem pelos
que usam mais, repetindo um dos argumentos batidos das teles.
No final, oposição e governo votaram a favor da matéria, depois de rejeitados
todos os destaques às emendas feitos pelos senadores de oposição. Apenas duas
emendas de redação foram incluídas no projeto. O líder do PT, senador Humberto
Costa (PE), transmitiu os agradecimentos da presidente Dilma Rousseff aos
parlamnares.
Briga
A troca de críticas que quase resultou em briga física no plenário ocorreu entre
os senadores Lindiberg Farias (PT-RJ) e Aécio Neves (PSDB-MG), mas quem tomou as
dores foi o senador Mário Couto (PSDB-PA), que partiu de dedo em riste na
direção do petista. A turma do “deixa disso” conseguiu acalmar os nervos dos
dois querelantes.