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Fonte: Teletime
[26/02/14]
No jogo político, Marco Civil vira moeda de troca contra o governo - por
Helton Posseti
Como se já não bastasse os pontos controversos que tem impedido a votação do
Marco Civil da Internet, agora o projeto foi colocado como moeda de troca de
alguns partidos contra o governo. Liderados pelo líder do PMDB, deputado Eduardo
Cunha (PMDB/RJ), os partidos Pros, PDT, PR, PTB, PSC e outros governistas
formaram o chamado “blocão” na sessão da última terça, 25.
A criação do blocão teve o objetivo de pressionar pela votação de um
requerimento para a formação de uma comissão externa para investigar denúncias
contra a Petrobras. Na tentativa de impedir a votação do requerimento, o PT
conseguiu obstrutir a sessão, adiando a votação do requerimento para esta
quarta, 26, o que acabou não acontecendo por falta de quórum em função do
feriado de carnaval.
Em entrevista após o encerramento da sessão desta quarta, Eduardo Cunha não
escondeu que o blocão só vai votar outros projetos, inclusive o Marco Civil, se
o requerimento for colocado em pauta. Segundo o parlamentar, a estratégia para
votação não visa derrotar ou diminuir o governo. "O objetivo não é enfraquecer
ou diminuir, até porque, na semana do dia 11 (de março), ou vota isso ou não
vota nada. Aí quero ver como vai fazer."
A comissão externa pretende acompanhar investigações efetuadas na Holanda sobre
a denúncia de que funcionários da Petrobras teriam recebido propina da empresa
SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas. A
proposta é do líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), e agora conta com
o apoio do blocão que contém inclusive partidos da base do governo.Do ponto de
vista dos partidos da, em tese, base governista que apoiam a rebelião, a
estratégia é criar dificuldades para vender facilidade na forma de uma ampliação
do espaço ministerial e nos palanques estaduais.
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), chamou a comissão
externa de “ineficaz” e “temerária”. Segundo ele, uma comissão de deputados não
tem poder de ir ao exterior solicitar documentos sobre investigações. "Outras
instituições brasileiras teriam mais acesso comparativamente a uma comissão que
não tem poder algum", afirmou.
Helton Posseti, com informações da Agência Câmara