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Fonte: Tecnologia Terra
[14/05/14]
Especialista do MIT não acredita no Marco Civil da Internet
- por
Marina Tsutsumi
O especialista em impacto da tecnologia na sociedade Andrew Lippman, um dos
fundadores do Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),
acredita que o Marco Civil da Internet não vai funcionar. Sancionada pela
presidente Dilma Rousseff há quase um mês, a lei prevê direitos e deveres na web
para internautas e provedores de serviços.
Durante a Be Mobile Conference, conferência de segurança promovida pela
BlackBerry em Miami (EUA) nesta quarta-feira, Lippman se disse contra qualquer
lei que tente regular a rede mundial.
“A internet não começou como uma ferramenta comercial. A web se tornou muito
grande de forma muito rápida, e não acho que nenhum governo conseguiria colocar
qualquer barreira nela”, afirmou. “Simplesmente não vai funcionar, é como uma
proibição. Se você tenta regular, a tecnologia simplesmente muda e você nunca
será capaz de alcançá-la”, completou.
Futuro
Em relação a novas tendências de tecnologia, Lippman apresentou em sua palestra
que diferentes tipos de avanços vão definir a próxima era do setor, conhecida
como “era do entendimento digital”. Ele acredita que a sociedade está entrando
nessa nova era como resultado de quatro fatores principais.
O primeiro deles é o chamado “big data”, que significa a análise de dados capaz
de trazer descobertas e melhorias para negócios e pessoas. Um exemplo seria o
que a empresa Bluefin realiza: ela consegue captar o que as pessoas estão
dizendo no Twitter sobre programas de televisão. Essas informações podem ser
usadas para que as empresas saibam, por exemplo, se elas estão assistindo a seus
comerciais, e podem direcionar produtos e mensagens diretas para um público mais
específico.
O segundo fator é a tecnologia de sensores. Dois exemplos são o de câmeras, que
podem atualmente ser usadas para diagnosticar uma doença, e os GPS, que estão
por todos os lugares e aplicações. Em seguida, Lippman listou a capacidade das
máquinas digitais de entenderem os seres humanos. A Affectiva, por exemplo, é
uma empresa que analisa expressões faciais para entender as emoções das pessoas.
E, por fim, o quarto fator é o entendimento de lugares por meio de tecnologia
que interage com o ambiente físico, como o Waze faz para entregar informações de
trânsito aos usuários.
“Essas tecnologias existem há algum tempo, mas hoje estão mais disponíveis.
Estamos passando por um período de disrupção, com ‘D’ maiúsculo, e disrupções
que nunca tivemos antes”, afirmou o especialista.
De acordo com Andrew Lippman, os quatro fatores podem resultar em soluções que
entendam as pessoas e melhorem suas vidas.
Um exemplo claro do que faz parte dessa nova era digital é o projeto do Google
de carros que dirigem sozinhos, baseado em mapas do Google Maps e imagens do
Street View e que consegue entender como as pessoas dirigem e, por meio de
sensores, prever obstáculos durante o caminho.
“Todo mundo pensa que vivemos na era da mais rápida tecnologia, mas em grande
parte, o resultado vem da sociedade, não da tecnologia”, opinou o executivo.
A jornalista viajou a convite da BlackBerry