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Leia na Fonte: Teletime
[19/03/14]
Data centers estão fora e decreto do Executivo terá de ouvir Anatel e CGI
Mais uma vez os líderes partidários se reuniram na manhã desta quarta, 19, com
os negociadores do governo para viabilizar a aprovação do Marco Civil da
Internet, que deve ser votado na próxima terça, 25. O resultado dessa nova
rodada de negociações foi a confirmação de que o governo vai mesmo recuar para
garantir acordo para a votação.
Nada de mais substancioso, já que a regra da neutralidade permanece praticamente
inalterada. Será feito um único ajuste para agradar alguns partidos que estavam
incomodados com o fato de as exceções à neutralidade serem definidas por
decreto, o que consideram um controle excessivo do governo sobre a Internet.
Para apaziguar a questão ficou mantido o decreto, mas será incluído um
dispositivo para que o Executivo "ouça" a Anatel e o CGI sobre o assunto. "O
fato de os órgãos que expressam a opinião da sociedade e a opinião técnica
apresentarem avaliações e contribuições é positivo e dá mais transparência ao
decreto", avalia o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Vale lembrar que em uma das primeiras versões do relatório de Molon constava a
menção ao CGI como órgão que deveria ser consultado pela Presidência da
República na elaboração do decreto. A menção gerou reação virulenta de setores
do governo, como o ministro Paulo Bernardo, que chegou a ironizar: "por que o
CGI? Por que não a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul?".
A alteração, contudo, ainda não foi capaz de agradar a todos. "Defendemos que a
neutralidade seja definida na lei e que não se dê esse cheque em branco para o
Executivo (com a previsão de que o princípio seja definido por decreto
presidencial)", disse o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). Segundo ele, se não
houver mudanças em relação a esse ponto, o partido apresentará destaques
específicos para que os detalhes sobre essa medida estejam incluídos no texto da
lei.
Data Centers
A outra questão que o governo já havia sinalizado na última terça, 18, que
poderia sofrer alterações é a obrigatoriedade de instalação de data centers no
País. Nesta quarta, 19, confirmou-se a expectativa: todo o artigo que trata do
assunto será retirado.
Na verdade já havia um acordo para que esse ponto fosse votado em separado,
devido à ampla polêmica que ele vinha causando. Os parlamentares contrários a
esse ponto argumentam que a obrigação causaria um aumento de custo para o
usuário. "Seria um ônus a mais para o usuário da Internet", explicou o deputado
Mendonça Filho comemorando o que considerou de conquista da oposição.
De qualquer forma, o governo contabiliza número de votos favorável ao projeto, o
que não quer dizer que o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), tenha se
dado por vencido. O deputado quer mais clareza sobre o Artigo 20 da proposta,
que assegura a liberdade de expressão e impede a censura na Internet. Pelo
texto, o provedor só poderá ser responsabilizado civilmente por danos causados
por conteúdo publicado por terceiros após desobediência a ordem judicial para
retirada da ofensa. Cunha disse que o artigo representa um retrocesso da lei.
Da Redação