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Leia na Fonte: Convergência Digital
[19/03/14]
Acordo dá votos ao Marco Civil, mas PMDB e oposição preferem adiar - por
Luís Osvaldo Grossmann
Confiante em ter os votos para aprovar o Marco Civil da Internet, o governo veio
à Câmara com a intenção de levar a proposta ao Plenário ainda nesta
quarta-feira, 19/3. Mas o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, já chegou
para a reunião de líderes sobre o PL 2126/11 avisando que se houver tentativa de
avançar neste mesmo dia, haverá obstrução.
“Tenho informações que o governo não tem de que haverá forte obstrução e não
aconselharia forçar ainda hoje uma votação”, disse Alves. Apesar da difundida
versão de que os partidos da base temem uma derrota, o presidente da Câmara
admitiu que o governo pressiona para votar logo e que o pedido para um novo
adiamento agora parte do PMDB.
De fato houve boas novas na noite de terça que alentam a aprovação. Uma reunião
com PSD, PTB, PP e PDT pacificou o terreno entre governo e descontentes, que
sinalizaram apoio ao relatório de Alessandro Molon (PT-RJ). Para isso, haverá um
ajuste no texto no artigo sobre a regulamentação da lei. E confirmou-se a
remoção do conteúdo relacionado aos datacenters no Brasil.
O primeiro acerto se direciona aos queixumes de que a regulamentação através de
um Decreto presidencial implicaria em algum tipo de controle do governo. A
solução ajustada foi no sentido de manter o Decreto, mas submeter essa
regulamentação às opiniões da Anatel e do Comitê Gestor da Internet no Brasil.
Aqui trata-se basicamente da definição das exceções à neutralidade de rede.
O governo também aceitou retirar do texto os artigos relacionados à implantação
obrigatória de datacenters no Brasil. Essa questão já começou controversa e, na
prática, havia um acordo informal entre diversos partidos de que esse conteúdo
seria retirado através de emenda de Plenário. Agora, com o carimbo de que atende
uma reivindicação da ‘base aliada’, o tema ajuda a consolidar apoio.
Em compensação, deve ser modificado o artigo que prevê que ‘qualquer operação de
coleta, armazenamento, guarda e tratamento’ dos dados deve respeitar a
legislação nacional. A ideia é reforçar a jurisdição brasileira no caso de dados
coletados em território nacional, independentemente do que digam os termos de
uso dos aplicativos na rede.
Apesar da intenção do relator e do governo, PSDB e DEM juntaram-se ao PMDB e
durante a reunião de líderes sobre o Marco Civil, nesta mesma quarta, o que
reforça a perspectiva de que uma votação, se houver mesmo, só acontecerá na
próxima semana, como defende o presidente da Câmara.