WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Crimes Digitais, Marco Civil da Internet e Neutralidade da Rede --> Índice de artigos e notícias --> 2014
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na
Fonte: Teletime
[19/03/14]
Denúncia sobre a Petrobras ofusca debate do Marco Civil - por Helton Posseti
A sessão ordinária desta quarta, 19, estava destina ao início do debate sobre o
Marco Civil da Internet (PL 2.126/2011), mas os deputados da oposição estavam
mais interessados em repercutir a denúncia de que a presidente Dilma Rousseff,
quando ocupava a presidência do conselho administrativo da Petrobras, teria
autorizado a compra de uma refinaria por um valor muito mais alto que o de
mercado.
De qualquer maneira, foi possível cumprir a previsão de dar voz a três
parlamentares contra e três a favor do projeto. Além dos argumentos já
amplamente conhecidos de parte a parte, surge agora um novo flanco de discórdia
em torno do projeto, que já ficou transparente na reunião de líderes desta
quarta, 19, pela manhã.
A questão agora é a posição contrária de alguns partidos contra a disposição de
que as exceções à neutralidade serão regulamentadas por decreto. O argumento é
que o decreto seria um "cheque em branco" para o governo distorcer a
neutralidade de rede. "Esse artigo é uma pegadinha para fazer o que a China fez,
o que o Irã fez. Não quero que qualquer governo tenha a prerrogativa de
controlar a Internet", disse o líder da minoria, deputado Domingos Sávio
(PSDB-MG).
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) protestou contra essas
acusações. Ele lembra que de acordo com o artigo 84 da Constituição é
prerrogativa exclusiva da Presidência da República expedir decretos e
regulamentos "para fiel execução da lei", nos termos da Constituição. "Tentam
atribuir à presidenta uma intenção menor. Olha o tamanho do equívoco, querer
colocar em um projeto de Lei algo diferente da Constituição", disse ele.
Como não podia deixar de ser, o líder do governo criticou os deputados que
usaram o tempo da sessão para tratar de outro assunto, que não aquele que havia
sido acordo com os líderes. "A oposição não está cumprindo o acordo de debater o
Marco Civil".
A votação do projeto segue agendada para a próxima terça, 25, e será precedida
de uma rodada certamente muito mais intensa de debates. O presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está disposto a concluir a votação na terça,
nem que seja preciso avançar pela madrugada.