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Leia na Fonte:
Convergência Digital
[13/11/14]
Para presidente do Bell Labs, privacidade e neutralidade não serão desafios para
novas tecnologias - por Samuel Possebon
Um passeio pelo Bell Labs, com algumas apresentações de alguns de seus
pesquisadores, mostra rapidamente que o caminho no futuro das redes de
telecomunicações passa por redes cada vez mais atreladas ao usuário. A
possibilidade de entregar serviços diferentes para usuários diferentes,
dependendo do contexto (necessidades e demandas do usuário, localização,
presença, informações ambientes etc) parece ser o futuro inexorável das
tecnologias que virão. Mas em um ambiente com regulação mais rigorosa em relação
à privacidade das informações pessoais e com regras de neutralidade de rede mais
duras, isso seria possível? Essa pergunta foi feita por este noticiário para
Marcus Weldon, presidente do Bell Labs e CTO da Alcatel-Lucent.
Para ele, o trabalho de pesquisa e desenvolvimento das inovações que chegarão ao
mercado não pode ser pautada por questões de curto prazo, mas com uma
perspectiva de longo prazo. Para ele, a questão da privacidade é e sempre será
um desafio. Mas ele acredita que o processo de evolução das redes, com mais
elementos virtuais, mais software em lugar de hardware, apesar de aparentemente
criar mais fragilidade à segurança dos dados, é na verdade uma garantia
adicional aos usuários, pois cria a possibilidade de várias camadas de
criptografia e proteção das informações, o que não existe nas arquiteturas
tradicionais.
Outro aspecto, pondera Weldon, é uma mudança cultural. Segundo ele, pensar nos
futuros serviços e possibilidades dos serviços de telecomunicações com as mesmas
preocupações de privacidade de gerações passadas não é o enfoque que se pode ter
no desenvolvimento das tecnologias. Para ele, é preciso entender que existe uma
geração crescendo com a disposição de abrir mão de sua privacidade em um
determinado nível em troca de serviços inovadores. Não quer dizer, diz ele, que
não se possa dar a opção de mais privacidade às pessoas, mas isso será uma
decisão de cada um.
Neutralidade
Em relação a regras mais estritas de neutralidade de rede e seu eventual impacto
no desenvolvimento de tecnologias e serviços inovadores, Weldon acredita que
esse é um problema que não existirá nos próximos anos. Segundo o presidente do
Bell Labs, o problema da neutralidade se resolve essencialmente com competição,
e a forma como as redes estão se desenvolvendo permite que diferentes partes das
redes sejam operadas por diferentes empresas, e isso será uma barreira natural à
qualquer ameaça à neutralidade de rede. Ele exemplifica: no futuro, em uma rede
móvel, o operador das small cells pode não ser o mesmo do operador do backhaul
da rede, que pode não ser o mesmo operador do core da rede ou nem mesmo o
prestador de serviço. Não significa que essa seja a tendência do mercado, mas as
redes do futuro, diz ele, estão sendo desenhadas para esse cenário inclusive.
Tendência única
Em relação a uma tendência única que poderia sintetizar a evolução tanto das
redes fixas quanto das redes móveis ele resume com uma expressão: "fiber deep",
ou seja, aprofundamento da capilaridade das redes de fibra. Segundo Weldon,
tanto as redes fixas como as redes móveis precisarão de uma rede de fibra cada
vez mais profunda e capilarizada. Essa é a única forma, segundo ele, de driblar
os limites físicos da falta de espectro ou das redes de acesso em cobre.
Outra tendência é a migração dos serviços para a nuvem. Segundo Weldon, nas
últimas décadas as pessoas e empresas fizeram uma escolha pela mobilidade e pela
conveniência de dispositivos pessoais, e esses dispositivos não têm nem
capacidade de bateria quanto processamento necessárias para desempenhar todas as
funções que serão demandadas dos dispositivos. A solução para esse problema, diz
Weldon, é migrar as aplicações para a nuvem.