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Internet.org
Leia na Fonte: Teletime
[15/10/14]
Facebook diz que solução para conectar restante do mundo é acesso grátis -
por Samuel Possebon
O diretor internacional de parcerias do Facebook, Markku Makelainen, veio ao
evento Futurecom, que acontece esta semana em São Paulo, para repetir aquilo que
já havia sido dito pelo CEO e fundador do serviço de rede social, Mark
Zuckerberg, no Mobile World Congress deste ano: o Facebook quer que as
operadoras dêem acesso gratuito para que a Internet chegue aos 3,4 bilhões de
habitantes do planeta ainda desconectados.
A iniciativa do Facebook, chamada internet.org, e que tem como parceiros
fornecedores de equipamento e de handsets, parte do diagnóstico de que metade da
população mundial ainda está fora da Internet e que o caminho para a conexão
dessas pessoas são as redes móveis.
Segundo Makelainen, o problema se agrava quando se percebe que as redes móveis
não chegam a quase 2 bilhões de pessoas e que cerca de 920 milhões são
analfabetas. Como contrapartida para as teles, o Facebook acredita que a conexão
gratuita dessas pessoas em planos de pouco tráfego para serviços específicos
ajudará a promover a contratação de planos mais caros e mais rentáveis.
Ele contudo não explicou como será feito o investimento para a
expansão das redes ou se o Facebook estaria disposto a financiar parte desse
custo. O Facebook tem se esforçado, por outro lado, para tornar seu aplicativo
mais leve e mais econômico em termos de tráfego de dados. O Facebook diz ter
hoje 125 milhões de usuários de seu aplicativo que o utilizam em feature phones.
No Brasil são 68 milhões de usuários mobile.
Uma fonte de uma grande operadora brasileira cujo cargo é, justamente, buscar
parcerias com empresas como o Facebook disse a este noticiário que existe grande
resistência a esse modelo da gratuidade nos planos de dados porque a tendência é
que os usuários nunca mais aceitem pagar pelo tráfego de dados. Ele reconhece,
contudo, que muitas operadoras estão adotando esse caminho pelo "apelo" das
marcas de Internet. ele lembra que com o Marco Civil esse tipo de prática passou
a ser interpretada pelos advogados como lesiva ao princípio da neutralidade de
rede, mas reconhece que é muito provável que empresas como o Facebook e o
Twitter prevaleçam e consigam impor às operadoras seus modelos "gratuitos".