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Fonte: Teletime
[13/04/15]
Acordo do governo com Facebook se antecipa ao debate de neutralidade - por
Bruno do Amaral
Ainda com a regulamentação da neutralidade de rede pendente no Marco Civil e em
pleno processo de consultas públicas, o governo brasileiro já indica uma posição
favorável a um dos itens mais polêmicos: a Internet patrocinada. Na última
sexta-feira, durante a VII Cúpula das Américas, no Panamá, a presidenta Dilma
Rousseff anunciou acordo com o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, para promover o
projeto Internet.org no Brasil com o objetivo de buscar a inclusão digital e
facilitar o acesso em regiões remotas.
"A partir de agora, vamos começar a desenvolver estudos em comum até desenhar um
projeto com o objetivo de inclusão digital", disse Dilma durante o evento. O
ponto de partida será justamente o projeto que a rede social implanta na
comunidade de Heliópolis, em São Paulo. Em um post no Facebook, Zuckerberg
afirma que irá fornecer "Wi-Fi rápido e gratuito para todo mundo nessa
comunidade para que eles possam acessar serviços básicos de Internet nos seus
telefones – incluindo serviços gratuitos envolvendo saúde, trabalho, educação e
comunicação", disse.
"A presidenta e eu acreditamos que todo mundo deveria compartilhar dos
benefícios sociais e econômicos da conectividade", declarou Zuckerberg, citando
ainda que está buscando mais maneiras de poder colaborar com o projeto. A
iniciativa é parte do programa Internet.org, anunciado em agosto de 2013 e
composto ainda por Ericsson, MediaTek, Nokia, Opera, Qualcomm e Samsung.
Se por um lado a iniciativa tem fins claros de universalização, acaba passando
por cima da discussão da neutralidade de rede. Procurados por este noticiário, a
Anatel e o Comitê Gestor da Internet (CGI.br, que encerrou consulta em
fevereiro), não quiseram se pronunciar. Vale lembrar que a agência não incluiu
em sua consulta, que se encerra no dia 4 de maio, perguntas específicas sobre o
zero-rating ou planos com acesso ilimitado a determinados serviços. Na ocasião
do lançamento, o superintendente de Regulamentação, Alexandre Bicalho, explicou
que a opção foi para não induzir o debate e nem mostrar nenhum tipo de viés da
agência.
Por sua vez, a consulta do Marco Civil realizada pelo Ministério da Justiça
seria encerrada em março, mas foi prorrogada para o dia 30 de abril.
*Com informações do Portal Brasil.