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Fonte: Teletime
[14/04/15]
CTIA também tenta barrar novas regras de neutralidade nos EUA - por Bruno do
Amaral
Como era de se esperar, com a publicação no Federal Register, o diário oficial
norte-americano, das novas regras da Federal Communications Comission (FCC) para
a reclassificação da banda larga como serviço de telecomunicações (no Title II)
e garantia de neutralidade de rede nos Estados Unidos, chega a hora da indústria
tentar barrar as mudanças. Após a ação iniciada pela associação de operadoras
USTelecom, agora é a vez da associação de operadoras móveis CTIA tomar medidas
legais. Nesta terça-feira, 14, a entidade informou ter dado entrada com um
processo na Justiça de Washington para apelar contra a decisão da FCC de impor a
nova regulação.
No comunicado, o chairman da diretoria da CTIA e CEO da operadora Bluegrass
Cellular, Ron Smith, afirmou que a ação visa "proteger o mercado móvel
competitivo que prosperou com um calendário desregulamentado por décadas". A
entidade alega que as novas regras serão danosas a consumidores e provedores
pelo país.
É interessante apontar que o argumento de Smith é que os "burocratas do governo"
querem decidir a que os consumidores irão ter acesso, logo depois alegando que
as empresas irão "despender tempo e recursos substanciais para entrar em
conformidade com as novas vagas e super abrangentes regras". Por outro lado,
esquiva-se ao endereçar justamente a questão de acesso irrestrito a conteúdo com
as novas regras de neutralidade, que também são válidas para a rede móvel.
Assim como todas as outras manifestações da indústria nos Estados Unidos, o
comunicado da CTIA garante que a entidade é a favor de uma Internet aberta, mas
alega que a nova regulamentação impediria mais investimentos, colocando a FCC no
comando ao ressuscitar o regime regulatório das utilities. "Ao fazer isso, a FCC
usurpou o papel do Congresso e se debandou de um calendário bipartidário
especifico para (telefonia) móvel para criar um novo calendário regulatório
intrusivo", declarou no comunicado a presidente e CEO da CTIA, Meredith Attwell
Baker, afirmando que a entidade não teve escolha senão entrar na justiça contra
as novas regras.
Contrapartida
Em um discurso na cidade de Austin, no Texas, e pelo Twitter, o chairman da FCC,
Tom Wheeler, alfinetou as empresas do setor que criticam as novas regras, em
especial na questão da universalização e da competição. "Você não pode se dizer
a favor da banda larga, mas apoiar limites a quem pode oferecê-la; você não pode
seguir a instrução explícita do Congresso para 'remover barreiras' para o
investimento em infraestrutura, mas apoiar barreiras para infraestrutura; e você
não pode se dizer a favor da competição, mas negar a oficiais locais eleitos o
direito de oferecer escolhas competitivas", declarou ele na rede social.