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Leia na Fonte: EM
[29/04/15]
Berzoini defende que teles sejam remuneradas pelo uso de suas infraestruturas
Agência Estado
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse nesta quarta-feira, que é
necessário buscar modelos de negócios que viabilizem que as empresas de
telecomunicações sejam devidamente remuneradas pelo uso de suas infraestruturas.
Ele citou que grandes produtores de conteúdo, como redes sociais e assinaturas
de streaming de vídeos pela internet, não pagam pelo grande tráfego de dados
gerados pelos seus serviços.
"Em qualquer país do mundo, a preocupação das teles é ter infraestrutura para
voz e dados, mas existem grandes usuários que não pagam um centavo para usar
essa rede. Muitas dessas aplicações oferecem até mesmo comunicação por voz, sem
a cobrança de tarifas", afirmou, em audiência pública na Comissão de Ciência e
Tecnologia da Câmara dos Deputados. "Temos que discutir como a transformação
tecnológica e a mudança de modelo de negócio das empresas de conteúdo possa ter
retorno para quem investe em rede", completou.
Para o ministro, é preciso buscar um equilíbrio entre interesse público e
financiamento da atividade das empresas. "Não pode haver nem rentabilidade
demais, nem rentabilidade de menos. As teles ganham muito dinheiro, mas a
rentabilidade frente ao capital intensivo e os investimentos é menor do que de
outros setores", acrescentou.
Existe uma discussão mundial a respeito da possibilidade de cobrança diferencial
por parte das empresas de telecomunicações de companhias de conteúdo que exigem
grande tráfego de dados, como o Google (dono também do YouTube, entre outros), o
Facebook (dono também do WhatsApp, entre outros) e o Netflix. O Marco Civil da
Internet aprovado pelo Brasil no ano passado não é claro quanto à questão, que
também gera debates no país.
Teles e parte do governo defendem que a possibilidade de cobrança existe e não
fere o novo marco legal, mas especialistas citam inclusive o acordo firmado este
mês pela presidente Dilma Rousseff com o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, como
um sinal da disposição do governo brasileiro em não permitir que haja uma
cobrança diferenciada desse tipo de conteúdo. O Marco Civil da Internet ainda
está em fase de regulamentação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Banco Postal
O ministro disse também que os Correios e o Banco do Brasil estudam um "arranjo
societário" para criar uma nova instituição financeira no lugar do atual modelo
do Banco Postal. Segundo ele, o processo está em análise e uma decisão deverá
ser tomada pelas duas empresas até o fim do ano. "A atual parceira já é uma
fonte de receitas interessante para os Correios, mas pode ser adotada uma
operação própria, assim como já ocorre com os bancos postais japonês e italiano,
e de outros países", disse.