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Leia na Fonte: Segs
[03/08/15]
Internet.org: como ela pode ajudar países em desenvolvimento?
- por Dane Avanzi
A crise na economia brasileira chegou às portas do mercado de telecomunicações.
Segundo um estudo inédito, desenvolvido através de ferramentas de Big Data, a
inadimplência somente no setor de telecomunicações cresceu a 39,5% somente em
abril, de acordo com a Serasa Experian.
Que o brasileiro vem empobrecendo, isso é fato. Em sendo a internet uma
ferramenta tão importante para o desenvolvimento social e educacional para a
sociedade em geral, o projeto denominado Internet.org, lançado pelo fundador do
Facebook Mark Zuckerberg, pode ser uma alternativa para países em
desenvolvimento levarem a internet a regiões remotas e, com isso, melhorar o
acesso a informação e serviços básicos ligados a ela.
Em linhas gerais, o projeto Internet.org avalia que 2/3 da população da terra
não tem acesso à internet e que essas pessoas poderiam estar conectadas, caso
houvesse uma facilitação nos custos do acesso. O projeto prega que esse acesso
deveria ser gratuito e restrito a sites de utilidade pública específicos, como
Wikipédia, por exemplo. O projeto está sendo financiado por empresas de renome,
como Qualccomm, Samsung, além do próprio Facebook.
Para tanto, o projeto Internet.org conta com tecnologia de ponta pra deslanchar.
Uma delas é um Vant, veículo aéreo não tripulado que tem a envergadura de um
Boeing 737 e vai operar a uma altura de até 27,4 quilômetros, podendo ficar no
ar por períodos de até 90 dias, uma vez que é abastecido por energia solar.
A empresa diz que o drone poderá fornecer internet a uma velocidade de 10
gigabits por segundo. A novidade, que será testada nos EUA no final do ano, foi
projetada pela equipe aeroespacial do Facebook, como informou Jay Parikh,
vice-presidente de engenharia e infraestrutura global da empresa. Apesar de
todos os fatores positivos da Internet.org, que já conta com a adesão de
importantes países em desenvolvimento no contexto global, como a Índia, o
projeto tem sido alvo de duras críticas pelos mais diversos motivos, sendo
questionadas inclusive suas reais intenções.
Os críticos mais ferrenhos obviamente são as empresas que compõem o ecossistema
que vende produtos e serviços de acesso à internet, que alegam que o Facebook
advoga em causa própria, querendo somente aumentar sua base de usuários,
elemento vital para a satisfação de seus investidores. Afora isso, não podemos
esquecer que o Facebook também é dono do fenômeno de telecomunicações What'sApp,
que vem se posicionando no mercado como uma solução de telefonia global.
Em alguns países do mundo, o projeto Internet.org foi proibido, caso do Chile.
No Brasil, entretanto, não sabemos se será aprovado pela regulamentação do Marco
Civil da Internet, em vigor há mais de um ano, mas ainda carente de definições
sobre temas vitais como privacidade, guarda de log's, entre outros. As correntes
contrárias ao projeto Internet.org alegam conflito com o principio da
neutralidade acolhido pela legislação brasileira, uma vez que seleciona
conteúdos que seriam gratuitamente disponibilizados.
De um modo ou de outro, em tempos de crise e diminuição da capacidade de consumo
da população em geral, há que se considerar os aspectos benéficos do projeto em
um país que ainda luta contra o analfabetismo, e pode com o e-learning levar
informação a desolados rincões brasileiros.
Dane Avanzi é empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras - Associação das
Empresas de Radiocomunicação do Brasil.
Sobre a Aerbras:
www.aerbras.com.br / (11) 2219 0130
A Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil - Aerbras - é uma
entidade sem fins lucrativos que reúne as associações dos Estados de São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O principal objetivo é integrar
as empresas do setor e aumentar a projeção dos associados no mercado nacional,
além de promover a radiocomunicação no Brasil em encontros, palestras, feiras e
congressos.