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Leia na Fonte: Convergência Digital
[27/01/15]
Marco Civil: Ministério Público da Bahia questiona acordo da TIM com o WhatsApp
- por Ana Paula Lobo
O Ministério Público da Bahia instaurou inquérito civil para apurar o
descumprimento de regras impostas pelo Marco Civil da Internet por conta do
acordo fechado entre a TIM e o WhatsApp, do Facebook, para acesso gratuito aos
assinantes da operadora de telecomunicações.
O acesso gratuito é um dos temas que estará à mesa para a regulamentação da Lei,
que atrasou e está, agora, recebendo sugestões em consultas públicas do
Ministério da Justiça e do Comitê Gestor da Internet. O Marco Civil da Internet
foi aprovado em abril de 2014.
No processo contra a TIM, o Ministério Público da Bahia questiona se o acerto
com WhatsApp não fere um princípio do Marco Civil: a neutralidade de rede. A
observação do MP é que o acesso gratuito para alguns pode significar a
existência de uma espécie de 'pedágio' na Internet e cria benefícios para um
assinante em detrimento de outro assinante.
O Ministério Público da Bahia considerou o pacote da TIM abusivo. O processo
defende que a operadora "transgride" o marco e gera prejuízos materiais e morais
para o consumidor. Essa conclusão parte do conceito do plano, que garante acesso
livre ao WhatsApp ainda que os créditos, ou o pacote de acesso à internet,
tenham acabado. Nesse caso, o usuário não teria acesso à rede, mas poderia
continuar recebendo e enviando mensagens por meio do aplicativo.
Procurada pela reportagem da Folha de São Paulo, a TIM informou que não recebeu
notificação do Ministério Público da Bahia e acrescentou que seus planos cumprem
as determinações vigentes. Procurados, Ministério das Comunicações e a Anatel
não se manifestaram.
O SindiTelebrasil (associação das operadoras) defendeu que os chamados programas
de "tarifa zero", oferecidos pelas operadoras, não quebram o conceito de
neutralidade. O sindicato que representa as teles sustenta que há outros planos
de acesso livre que incluem serviços como Wikipédia e Facebook. Para o
SindiTelebrasil, os planos de tarifa zero, por desonerar o usuário, ajudam a
incluir na rede os consumidores com menos recursos.
*Com informações da Folha de São Paulo