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Fonte: Convergência Digital
[26/05/15]
CGI.br questiona projeto Internet.org do Facebook - por Luís Osvaldo
Grossmann e Luiz Queiroz
O Comitê Gestor da Internet enviou ao Facebook no Brasil uma série de perguntas
sobre o modelo de acesso patrocinado promovido pela rede social, conhecido como
Internet.org. Além de ressaltar que ele repete o modelo de ‘jardins murados’, o
CGI.br elenca uma série de dúvidas sobre como se dará o projeto no Brasil e,
particularmente, como ele respeitaria os ditames do Marco Civil da Internet
sobre privacidade e neutralidade de rede.
No todo, o CGI.br elenca 19 tópicos e, sobre ele,s faz 35 perguntas ao chefe de
políticas públicas do Facebook no país, Bruno Magrani, para ‘subsidiar um
eventual posicionamento’ sobre o Internet.org – particularmente após o encontro
entre o dono da rede social e a presidenta Dilma Rousseff, em abril, seguido de
anúncio de que haverá um projeto conjunto no Brasil.
Entre as dúvidas, o Comitê gestor quer saber como será operacionado o sistema de
acesso gratuito, patrocinado ou ‘zero rating’ no país e como é o acordo entre o
Facebook, o governo brasileiro e as empresas de telecomunicações. Em particular,
questiona se o modelo prevê algum tipo de discriminação de tráfego e se a rede
social vê nisso algum conflito com a Lei 12.965/14.
Também na mira do CGI.br eventuais contratos de exclusividade, o uso de
criptografia e as cláusulas relacionadas ao uso dos dados dos usuários e
proteção à privacidade – mais uma vez, cotejando com o que está previsto na
mencionada legislação, o Marco Civil da Internet.
O Internet.org reúne aplicativos e páginas selecionadas da rede sobre as quais
não é computado o uso de franquia de dados – daí sua ‘gratuidade’. Sob alegações
de que ele fere a competição e a neutralidade de rede, protestos vem se
acumulando desde meados de abril, quando 600 mil indianos enviaram cartas ao
regulador de telecom defendendo a proibição desse tipo de modelo de negócios.
Mais recentemente, 65 entidades em 30 países – inclusive do Brasil – enviaram
uma carta ao dono do Facebook, Mark Zuckerberg, questionando o projeto sob
alegação de que “essa prática é inerentemente discriminatória – e por isso foi
banida ou restringida em países como o Canadá, Holanda, Eslovênia e Chile”.
A partir dos protestos, empresas começaram a desistir dos projetos, começando
pela Flipkart, maior portal de comércio eletrônico da Índia, seguida pelo portal
de viagens Cleartrip.com e pelo Times Group, que ainda convidou seus
concorrentes a também abortarem participação em esquemas de ‘acesso gratuito’.