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Leia na Fonte: Baguete
[13/11/15]
Netshoes: zero rating no e-commerce - por Maurício Renner
A Netshoes fechou um acordo com Oi, TIM, Vivo e Claro para oferecer acesso móvel
sem consumo de dados das operadoras aos e-commerces Netshoes e Zattini. É o
chamado zero rating.
“Buscamos sempre facilitar a vida de nossos consumidores e a inovação é um
grande aliado para isso. Neste caso, os principais impactados deverão ser
usuários de planos pré-pagos que possuem um acesso mais limitado a rede de
dados”, explica Marcio Kumruian, fundador e CEO do Grupo Netshoes.
Segundo a Anatel, o Brasil registrou 280 milhões de acessos móveis em agosto
deste ano, sendo certa de 75% deles pré-pagos.
O acesso mobile já representa 46% das visitas nos sites da Netshoes. No primeiro
semestre de 2015, mais de 20% da receita do grupo está relacionada a canais
mobile.
Considerando os clientes que concluíram a compra após iniciar a jornada nos
gadgets, esse número sobe para 33%.
De acordo com a Mobile Marketing Association, a ação da Netshoes é inédita em
nível global.
“Vemos que, hoje, a América Latina é o mercado mobile com maior velocidade de
crescimento no mundo, sendo que México, Brasil e Argentina despontam entre os 10
países com maior acesso a ações de marketing nesse canal”, explica Fabiano
Destri Lobo, managing director da Mobile Marketing Association.
Parte do ineditismo da Netshoes pode ser atribuído ao fato de que em países mais
desenvolvidos limitação de acesso a Internet móvel não é um problema.
Agora é uma questão de ver por quanto tempo ações desse tipo serão viáveis no
Brasil.
Nesta semana, o Ministério Público Federal divulgou uma nota técnica em que
procuradores classificam como ilegal o projeto Internet.org, iniciativa do
Facebook que oferece aplicativos de Internet sem consumo de banda para pessoas
de baixa renda.
Para os procuradores, a iniciativa do Facebook fere o conceito de neutralidade
de redes (o tratamento igualitário de todo o tráfego circulante na internet)
estabelecido pelo Marco Civil da Internet.
O entendimento tem o respaldo de associações como a Proteste e personalidades
como o diretor presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br)
e conselheiro do CGI.br, Demi Getschko.
Se uma iniciativa comercial tão disfarçada e potencialmente benéfica para
populações desassistidas como a Internet.org não passa pelo crivo dos defensores
da neutralidade de rede, poucas esperanças devem restar para uma iniciativas
100% comerciais como as da Netshoes.