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Internet.org
Leia na Fonte: Convergência Digital
[16/09/15]
Internet.org: 55% dos brasileiros confundem o Facebook com a Internet - por
Ana Paula Lobo
Para massificar o acesso à Internet no mundo, o Facebook instituiu o projeto
Internet.org, que negocia uma série de aplicativos com governos, e garante
acesso - sem a cobrança da franquia de dados - a uma população mais carente. Até
o momento, países como Colômbia e Panamá, além da Malásia, já aderiram à
iniciativa conduzida pessoalmente pelo fundador da rede social, Mark Zuckberg.
Mas no Brasil, o tema é polêmico. As operadoras não parecem inclinadas a aceitar
acordos de cooperação com a rede social e órgãos como de Defesa do Consumidor se
manifestam contra o projeto.
"Pesquisa divulgada nos Estados Unidos mostra que 55% dos brasileiros confundem
o Facebook com a Internet. Na Índia, esse índice é de 58%. E A Internet é muito
mais que o Facebook. Nos EUA, esse índice cai para 5%, uma vez que os americanos
sabem que o Facebook é uma empresa privada", disse a coordenadora jurídica da
ProTeste, Flávia Lefèvre, durante o painel Redes Sociais - implicações e
desafios contemporâneos, realizado nesta quarta-feira, 16/09, no Rio Info 2015.
Segundo a especialista, para dar acesso democrático à banda larga no Brasil, o
governo precisa fomentar a construção de infraestrutura de telecom em todo o
país. "Se tivermos rede, podemos fazer valer a massificação da inclusão digital.
Na verdade, o internet.org, do Facebook, não é internet, nem é org, domínio
concedido para organizações sem fins lucrativos", pontuou.
Também no centro de discussões - especialmente por conta do direito ao
esquecimento, ou seja, o direito de ter resultados considerados irrelevantes ou
obsoletos removidos dos resultados de busca a partir de seu nome, o Google
defende uma intervenção do Estado na regulação da Internet, mas diz que ela tem
que definir parâmetros mínimos de atuação, mas sem esquecer de respeitar o
direito mínimo de escolha do consumidor. "As pessoas não leem políticas de
privacidade, mas eles têm validade legal é preciso que o consumidor também
entenda que ele tem um papel", destacou o diretor de Políticas Públicas do
Google Brasil, Marcel Leonardi.
Sobre o acesso gratuito à Internet, ou projetos como o Internet. org, o Google
adota uma postura diferente. A empresa está à frente do projeto Loon, que leva
acesso à Internet por meio de balões, mas com parcerias com as operadoras de
telecomunicações. Mas Leonardi diz que é preciso estimular o debate sobre o zero
rating, que é o acesso gratuito às redes sociais sem a cobrança da franquia de
dados. "O Google não fechou questão, mas é preciso discutir porque é um momento
importante da internet", completou.
Regulamentação do Marco Civil
Para o presidente executivo da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo, e para o
presidente da Abranet e membro do Comitê Gestor da Internet, Eduardo Parajo, o
decreto que vai regulamentar o Marco Civil da Internet- o texto está perto de
ser encaminhado para a quarta consulta pública, comandada pelo Ministério da
Justiça - deve ser o mais minimalista possível.
"Não podemos criar um texto tentando achar respostas para tudo. A internet é
dinâmica. O que tem de ser feito é dar parâmetros", disse o presidente da
Brasscom, Sérgio Paulo Gallindo. Já o presidente da Abranet, Eduardo Parajo,
disse que uma das ações que deve estar no texto é a manutenção do bloqueio a
porta 25, que impede o Brasil de se transformar em um dos três maiores países em
envio de spams.
"Esse foi um projeto de sete anos, costurado com as operadoras, e que nos trouxe
excelentes resultados. O nível de spam no Brasil caiu muito. Os ataques são
contínuos. Neste momento há vários provedores de aceso, de conteúdo, de
aplicação sendo atacados", observou. Outra questão que preocupa é a questão da
obrigatoriedade de abertura de dados do usuário à justiça.
"O tempo de concessão da informação deve ficar com a Justiça e com a necessidade
do caso, como está no texto do Marco Civil", acrescentou o presidente da Abranet.
Os especialistas - mesmo à espera da nova consulta pública- não vislumbram uma
regulamentação governamental ainda em 2015. "Há muito por discutir e o momento
econômico e político também não favorece", salientou Henrique Faulhaber, diretor
da TI Rio.