WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Crimes Digitais, Marco Civil da Internet e Neutralidade da Rede --> Índice de artigos e notícias --> 2015
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: IT Forum 365
[30/09/15]
Regulamentação do Marco Civil da Internet continua em aberto - por Tissiane Vicentin
A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados promoveu duas
audiências públicas nessa quarta-feira (30/9), com o intuito de discutir a
regulamentação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14). Um dos deputados que
solicitou o debate sobre o assunto, Vinicius Carvalho (PRB-SP), demonstrou
preocupação com o prazo da regulamentação da lei, que segue sem definição.
A Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça está finalizando
uma proposta de regulamentação que será submetida à consulta pública por 30
dias. “Queremos que esse texto saia o mais rápido possível”, afirmou o
representante do órgão, Marcelo Chilvarquer, sem definir prazo. A proposta será
posteriormente encaminhada à Presidência da República que deverá editar o
decreto regulamentando a lei.
Neutralidade da rede
Durante a audiência pública, Carvalho questionou representantes do governo com
relação a efetividade da lei, se a lei já mantém o consumidor sobre proteção, e
se a regulamentação irá assegurar a neutralidade de rede plena.
Chilvarquer afirmou que a neutralidade de rede já está em vigência, e que, nessa
fase de regulamentação da lei, estão sendo discutidas as exceções à
neutralidade. O marco civil diz que a discriminação ou degradação do tráfego
somente poderá decorrer de requisitos técnicos indispensáveis à prestação
adequada dos serviços; e da priorização de serviços de emergência. E estabelece
que essas exceções serão regulamentadas pela Presidência da República, ouvidos a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Comitê Gestor de Internet
(CGI.br).
O conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone, observou também que, antes de o Marco
Civil da Internet ser instaurado, a Lei Geral de Telecomunicações (9.472/97) já
garantia a neutralidade de rede e usou como exemplo disso o caso da empresa
Brasil Telecom, a qual tentou bloquear conteúdos do aplicativo Skype e foi
barrada pela própria Agência.
Com relação à prática pelas operadoras, o deputado Celso Russomanno (PRB-SP)
acusou as empresas de telecomunicações de não cumprir com contratos firmados com
consumidores e a Anatel de não fiscalizar essas práticas. De acordo com ele,
antes o serviço de acesso à internet era apenas reduzido após a utilização da
franquia, e agora passou a ser cortado.
O diretor de Regulamentação do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia (SindiTelebrasil),
Alexander Castro, também observou que a neutralidade está sendo praticada pelas
operadoras, que devem ofertar acesso pleno à internet, sem que seja
privilegiados sites ou conteúdos. “Mas, pela lei, o usuário pode contratar
velocidades distintas e volumes distintos”, explicou. Ele disse que a empresa
bloqueia o acesso dos usuários à internet apenas quando termina o pacote
contratado pelos usuários.
Nesse quesito também foi abordado a questão da prática do zero rating, ou o
acesso grátis a determinados aplicativos. O diretor de Regulamentação do
Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia (SindiTelebrasil), Alexander
Castro, defendeu que a prática não fere a neutralidade de rede e permite que a
operadora faça promoções como a de oferta de WhatsApp gratuito a seus clientes,
por exemplo.
O vice-presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara E-net),
Leonardo Palhares, também acredita que a tarifação zero não fere necessariamente
a neutralidade de rede. “Zero rating é opção democratizante, desde que não
ofereça restrições à experiência do usuário ao acessar a internet”, ressaltou.
*Com informações da Câmara dos Deputados