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Leia na Fonte: Teletime
[04/04/03] Eletronet teme que dívida trabalhista vá para massa falida
O governo deu aos credores da Eletronet, ao longo de 2002 e, inclusive, no
período de transição para o governo Lula, indicações de que buscava formas
de viabilizar a empresa. Em documento endereçado a um grande credor, a
Eletrobrás e a Lightpar reconheciam, em julho de 2002, "a importância do
projeto da rede nacional de transporte de informações da Eletronet para o
Sistema Eletrobrás". Eletronet e Lightpar, então, diziam que fariam tudo,
"no limite de suas possibilidades legais e estatutárias, para assegurar a
continuidade e o sucesso do negócio".
Em agosto de 2002, a Furukawa notificou a Eletronet "para constituir em mora
e formalizar o vencimento dos débitos". Trocando em miúdos, ficaria
autorizada a entrar em juízo para fazer a cobrança, onde o pedido de
falência é uma das opções. Mas o governo pediu para que a companhia
aguardasse antes de tomar medidas mais drásticas. A empresa, contudo, voltou
a ameaçar entrar em juízo, mas em novembro e dezembro a equipe de transição
do governo Lula pediu prazo até o primeiro trimestre deste ano para
apresentar uma solução.
No dia 2 de setembro de 2002, a Lightpar assumiu a gestão da Eletronet, que
tinha caixa de R$ 5 milhões reservados justamente para cobrir os custos de
fechar a empresa. Hoje, esse montante é de R$ 1,6 milhão, suficientes apenas
para demitir os funcionários. O consumo de caixa se deu com o pagamento de
alguns fornecedores, segundo fontes bem informadas, e sob a orientação do
governo.
Garantias
Há cerca de duas semanas, o presidente da Lightpar teria dado à Eletronet
garantias de que nenhuma ação drástica seria tomada até a assembléia de
acionistas. Uma semana depois, a Lightpar declarou a falência da Eletronet.
Segundo fontes do governo, a decisão foi tomada por conta de orientações
jurídicas. A novidade é que estão sim sendo estudadas formas de manter a
Eletronet ativa, para não desperdiçar a imensa rede de telecomunicações. A
premissa, contudo, é clara: não será colocado nenhum centavo em dinheiro do
governo para sustentar a empresa.
O que está preocupando os funcionários da Eletronet é o fato de a Lightpar
ter suspenso o pagamento do adiantamento de salários, que seria pago no dia
15. A assembléia que pode deliberar pela falência da empresa é no dia 24,
antes portanto da data de pagamento regular (dia 30). Com isso, teme-se
dentro da empresa que o atual governo petista esteja querendo, por
orientação dos advogados, jogar também as obrigações trabalhistas, que
poderiam ser honradas hoje, para a massa falida.
TELETIME News questionou algumas fontes próximas sobre a possibilidade de o
governo pelo menos garantir que a Eletronet tenha recursos para arcar com a
demissão dos funcionários. Ouviu apenas que essa providência não é
desejável.
Da Redação