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Leia na Fonte: Teletime
[13/06/03] Controladores da Furukawa apelam ao governo no caso Eletronet
Dois executivos da Mitsui, controladora da Furukawa, reuniram-se nos últimos
dois dias com o ministro da Comunicações, Miro Teixeira, e com a ministra
das Minas e Energia, Dilma Roussef, para expor o ponto de vista da companhia
japonesa sobre a Eletronet.
De acordo com o presidente da Furukawa do Brasil (uma das principais
credoras da Eletronet), Foad Shaikhzadeh, que esteve presente às reuniões, a
intenção era esclarecer o governo de que a Eletronet é uma empresa de
interesse público, e como tal não poderia ir à falência. "A Eletronet foi um
projeto criado pela Eletrobrás para controle e segurança das redes de
transmissão". Foad explica que o problema foi que a Eletrobrás escolheu o
parceiro errado: a AES. "Vendemos pára-raios para a Eletronet e a fibra que
fornecemos tinha como objetivo monitorar e controlar as linhas de
transmissão. O uso para telecomunicações é secundário. Os nossos
equipamentos estão sendo usados e não recebemos nada por isso", complementa
o executivo da Furukawa.
O que os controladores da Furukawa querem é que o governo encontre uma
solução amigável para o problema. "Por mais difícil que seja a situação com
a AES, o governo deve encontrar uma solução que não a dada pela justiça
carioca, que prejudica a todos, inclusive o próprio governo", enfatiza Foad.
Ainda segundo ele, os ministros receberam com simpatia as alegações da
Furukawa, e só agora o governo está tendo acesso a informações detalhadas do
caso.
Apelação judicial
Paralelamente, a Furukawa entrou no último dia 3 com um agravo de
instrumento na segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
com pedido liminar de suspensão provisória da auto-falência da Eletronet. Na
última quinta, 12, foi publicado o despacho do desembargador Jair Pontes de
Almeida, relator da apelação, negando o pedido de liminar e solicitando
informações adicionais das partes sobre o caso, no prazo de dez dias.
Segundo o presidente da Furukawa, a fundamentação do agravo tem dois pontos
principais: um é o fato de a Eletronet ser uma empresa pública, e por isso
não pode ir à falência, sob o risco de também danos à imagem do governo no
exterior; o segundo ponto é que, do ponto de vista da legislação, de acordo
com a documentação apresentada pela Eletronet no pedido de auto-falência,
toda a base de operação e contabilidade da empresa é feita em São Paulo. Por
isso o foro competente para julgar o processo seria o do estado, e não o do
Rio de Janeiro.
Letícia Cordeiro