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Leia na Fonte: Teletime
[13/11/03] Governo está preparado para qualquer hipótese
(sobre a venda da Embratel), diz Miro
O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, disse nesta quinta, dia 13, que
o governo vai acompanhar com muita atenção todos os atos praticados que
envolvam a venda da Embratel pela sua controladora MCI. O ministro se
mostrou bastante tranquilo em relação ao anúncio feito na noite de quarta,
dia 12, e disse que dentro do governo não há temores em relação à venda.
"Nós temos soluções para qualquer cenário que se desenhar. Não vamos ser
surpreendidos". Segundo Miro, a Embratel vem sendo acompanhada há muito
tempo, desde o começo deste governo, pois detém posições brasileiras de
satélite e é uma concessionária de serviço público. "Numa hipótese remota,
inconcebível, que seria a interrupção do serviço, até para isto nós temos
uma alternativa", declarou o ministro. Miro disse ainda que a lei será o
balizamento do poder público para avaliar todos os atos praticados pela
empresa.
Ainda esta tarde, o secretário de telecomunicações do Minicom, Pedro Jaime
Ziller, receberá, a pedido do ministro, o presidente do conselho de
administração da Embratel, Dan Crawford, e Purificación Carpinteyro, VP de
marketing e assuntos locais da empresa. Segundo o ministro, ele não poderá
receber o executivo da MCI por compromissos determinados pelo presidente
Lula.
Jóia
Perguntado sobre a venda da empresa que na época da privatização foi
considerada a "jóia da coroa", Miro respondeu que "um investimento exclusivo
em longa distância era algo que já não sinalizava para um bom negócio, ao
contrário da telefonia fixa local, onde se tem o monopólio regional. Já a
área de longa distância tem muita competição", completando que "jóia da
coroa eu acho que é a Telefônica, porque pega o mercado de São Paulo, que é
um belo mercado, a empresa está se administrando bem, apresenta lucros
formidáveis".
De qualquer forma, uma das hipóteses levantadas na época da privatização em
relação à Embratel foi a de manter, em poder do governo, ações especiais da
Embratel (golden shares) para dar maior segurança justamente em casos de
troca de controle. Essa hipótese não foi adiante para evitar redução no
preço de venda da tele. A Embratel saiu por cerca de US$ 2,25 bilhões, no
leilão.
Transição
Vale lembrar que durante o período de transição o presidente Lula reuniu-se
com os deputados da área de telecomunicações do PT (Walter Pinheiro e Jorge
Bittar) e alguns especialistas (um deles está hoje no Minicom) para discutir
a questão da Embratel, na época em difícil situação financeira.
A
preocupação do governo é com os serviços estratégicos (Exército e
comunicações governamentais), que dependem da infra-estrutura da tele. Desde
então, o governo, até como forma de diminuir a dependência em relação à
Embratel, começou a planejar o lançamento de um satélite próprio e estuda o
uso da infra-estrutura da Eletronet e da Petrobrás para seus serviços
internos e estratégicos.
Pacote
Segundo fonte da Star One, a subsidiária da Embratel para a operação de
satélites (que tem participação de 20% da SES Astra), não necessariamente a
empresa seria vendida junto com a Embratel em uma negociação única. Isso
dependeria da negociação com um eventual comprador da Embratel. "Pode ser
que a empresa (Star One) acabe sendo vendida separadamente. Nada disso está
definido", diz a fonte. Um possível comprador seria a própria Astra, que
ficaria com uma frota global de satélites.
Da Redação