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Leia na Fonte: Teletime
[19/11/03] Eletronet pretende recorrer contra suspensão de autofalência
A Eletronet deve recorrer da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro (TJRJ) que deu provimento na última terça, dia 18, ao agravo de
instrumento impetrado pela Lucent, uma das maiores credoras da empresa, para
a suspensão da autofalência concedida pela Justiça à operadora.
O advogado
Luiz Nelson Halembeck, do escritório Jorge Lobo & Paulo Cezar Pinheiro
Carneiro, que representa a Eletronet, diz que decisão, assinada pelo
desembargador Jair Pontes de Almeida, foi resultado de um julgamento
tumultuado. "Não foi uma decisão com a qual possamos concordar. Temos uma
certa tranqüilidade de que poderemos recorrer com sucesso", disse o
advogado. O escritório e a Eletronet no momento ainda estudam a estratégia
que usarão em seu recurso.
A medida do TJRJ teve como base a alegação de que a Eletronet é uma empresa
pública, uma vez que a Lightpar é responsável pelo seu controle, e como tal
não pode ter falência decretada. A holding estatal assumiu o controle da
operadora após o afastamento da empresa privada norte-americana AES da mesma
posição, pelo não cumprimento de aportes financeiros previstos em contrato.
Esta, inclusive, não participou da AGE que decidiu pelo caminho da
autofalência para enfrentar sua situação de insolvência.
Os grandes credores da Eletronet, com destaque para a Lucent e Furukawa, que
têm a receber mais de R$ 500 milhões da empresa pelo fornecimento de
equipamentos e fibras ópticas, querem que o governo se responsabilize pelo
débito. Por isso não concordam com o processo de autofalência.
Interesse ou natureza pública?
Os mesmos argumentos da Lucent foram usados em agravo da Furukawa, ainda não
julgado. De acordo com o advogado Domingos Fernando Refinetti, do escritório
Machado, Meire, Sendacz e Óbice, que atende o fornecedor, a tese de que a
Eletronet é uma empresa pública já estava implícita no próprio pedido de
autofalência, como base da solicitação da manutenção da continuidade de suas
operações após a falência.
Halembeck contesta a afirmação dizendo ter sido defendido apenas o interesse
público para que a rede continue a operar, uma vez que quatro das dezenas de
fibras ópticas da rede da Eletronet são reservadas ao controle e segurança
do sistema de distribuição das centrais elétricas de Furnas, Chesf, Cemig e
Itaipu, da Eletrobrás. "Alegamos interesse público, não a natureza pública
da empresa".
Luiz Moura