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Leia na Fonte: Teletime
[10/09/07]
Projeto prevê empresa mista para inclusão digital
O projeto do governo para definir como as escolas públicas brasileiras serão
atendidas por redes de banda larga começa a ser definida no dia 8 de
outubro, após reunião entre presidente Lula e um conjunto de ministros: Casa
Civil, Desenvolvimento, Comunicações, Planejamento, Educação, Ciência e
Tecnologia e também a Anatel. Algumas idéias serão discutidas e, de quebra,
o país poderá sair desta empreitada com uma grande rede de banda larga em
todos os municípios.
Entre as idéias em debate estão o uso da rede da Eletronet. Outra é a idéia
da associação Telebrasil, que basicamente propõe que o governo financie o
setor privado para atender com banda larga todas as escolas.
Mas a proposta mais original é a que está sendo desenhada pelo coronel
Oswaldo Oliva Neto, assessor especial da presidência da República.
Nesta quarta, 19, o coronel Oliva explicou que sua proposta prevê a criação
de um grande backhaul nacional que congregue não só a Eletronet e as redes
do setor elétrico que estejam nas mãos do governo, mas também a
infra-estrutura de qualquer empresa privada.
Backhaul nacional
"O novo modelo prevê um backhaul de grande capacidade que chegue a todos os
municípios brasileiros com uma conexão de até 50 Mbps. O operador de
backhaul não deve vender o serviço, para não distorcer o mercado. Quem vende
o serviço é a iniciativa privada. O backhgaul, na verdade, pode ser uma
empresa de propósito específico, com Estado e empresas privadas participando
do capital. Isso pode ser criado. O Governo Federal detém uma rede
interessante, e todos os que possuem backhaul poderiam participar dessa
empresa, que seria uma empresa de mercado", explicou Oliva.
A estimativa de Oliva é que as redes existentes hoje cheguem a 2,8 mil
municípios. Os cerca de 3 mil que faltam seriam cobertos por links de
microondas e satélite, com acessos de até 200 Mbps. O investimento para a
construção desta rede e para prover o acesso a todas as 180 mil escolas é
estimado em R$ 5 bilhões em cinco anos. "A idéia é dar acesso banda larga
para todas as escolas com financiamento do governo".
A empresa não necessariamente seria de controle estatal. Tampouco seria uma
"Parceria Público Privado. "PPP prevê a concessão do Estado, o que não
aocntece aqui nessa proposta. Será uma empresa de propósito específico,
criada nos moldes da Lei de Inovação", explica Oliva.
Qualquer um que tenha backbones ou não poderia participar da empresa. E os
ativos da empresa poderiam ser reais, como as próprias redes dos acionistas,
ou virtuais, como o acesso a redes dos acionistas.
"Existem hoje 90 milhões de brasileiros excluídos da banda larga. Para
esses, se o acesso não for gratuito, não há viabilidade", diz.
Segundo Oswaldo Oliva, o conceito de universalização é contrário ao conceito
de mercado, e por isso o Estado precisaria participar. Já para a última
milha, o mercado é o melhor caminho, ressaltou o assessor da presidência.
Ele disse que essa é uma discussão pressupõe um novo modelo, cujos
questionamentos precisarim ser respondidos pelo Congresso Nacional.
O financiamento para o acesso poderia vir da própria viabilidade econômica
do serviço, ou de financiamento do estado ou mesmo de parcerias com o setor
publicitário. Os modelos econômicos, diz ele, estão ainda em estudo. O
modelo de gestão é como o da RNP, ou seja, uma rede neutra é entregue para
um prestador de serviço, que entrega o acesso.
Segundo Oliva, as aplicações que serão oferecidas nas escolas ficarão a
cargo do Ministério da Educação e eventualmente da Cultura. Já a
configuração dos computadores que serão usados nas escolas serão
especificados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
"O importante dos projetos que serão discutidos pelos ministros e pelo
presidente Lula é que todos atendam a uma premissa colocada: a inclusão
digital é uma questão essencial".
O Coronel Oliva esboçou os principais pontos de seu projeto durante a
Conferência Nacional Preparatória de Comunicações, realizada nesta quarta,
19, em Brasília.
Samuel Possebon