WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Eletronet --> Índice de artigos e notícias --> 2008
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[09/01/08]
Telebrás recebe R$ 200 mi para gerir programa de inclusão
Discretamente, a Telebrás acabou pondo fim à boataria sobre o seu
ressuscitamento em grande estilo para gerir a nova rede de banda larga do
governo federal. No fim do ano passado, a estatal recebeu um aporte de R$
200 milhões, em princípio, para "promover o restabelecimento do equilíbrio
econômico e financeiro da companhia". A confirmação da verba e os objetivos
da reestruturação do caixa foram apresentados em dois fatos relevantes,
publicados nas edições dos dias 20 e 21 de dezembro de 2007 de três jornais
e repassados aos acionistas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O documento datado de 21 de dezembro e assinado por Manoel Elias Moreira,
diretor superintendente e em exercício da chefia da área de Relações com
Investidores, é mais explícito e deixa claro que a verba tem como destino
reativar a estatal para gerir o programa de inclusão digital do governo
federal. De acordo como fato relevante, o aporte de R$ 200 milhões "objetiva
a capitalização da Telebrás, destinando-se a investimentos no sistema de
Operacionalização do Programa de Inclusão Digital e da Universalização da
Banda Larga no Brasil, bem como promover o restabelecimento do equilíbrio
econômico e financeiro da Companhia". Fonte do Ministério das Comunicações
explica que isso não significa que a estatal vá comprar ativos ou construir
uma rede. A capitalização viza dar fôlego para que a empresa possa ser
operacional. Para que? Para tocar o projeto de conectar todas as escolas do
país à Internet, o que será feito pelas concessionárias de telefonia fixa,
conforme acordo fechado com Lula no final do ano passado.
Na prática, o fato relevante avisa os acionistas que, sim, a Telebrás será a
gestora do grande backhaul, conforme havia sido divulgado pelo ministro das
Comunicações, Hélio Costa, em meados de novembro do ano passado. Os
comentários de Costa mexeram com o conjunto de ações da estatal, que tiveram
forte valorização no ano passado, levantando suspeitas por parte da CVM.
Para não gerar mais controvérsia, o ministro resolveu se calar. Mas, por
fim, a tese do ministro prevaleceu e a estatal já iniciou o ano com verbas
em caixa para funcionar.
O aporte foi validado por meio da Medida Provisória 405, publicada em edição
extra do Diário Oficial da União no dia 18 de dezembro de 2007. A MP abriu
crédito extraordinário para diversos órgãos da administração pública, entre
eles o Ministério das Comunicações, com a autorização para somar à
participação da União no capital da Telebrás o valor de R$ 200 milhões.
Sem Eletronet agora
Sem atividades no ramo de telecomunicações desde julho de 1998, quando suas
operadoras estaduais foram privatizadas, a Telebrás jamais foi efetivamente
liquidada, continuando a administrar pagamentos até os dias atuais. Já a
polêmica sobre o uso da estatal para cobrir o passivo de outra estatal, a
Eletronet, hoje na casa dos R$ 350 milhões, é assunto para depois. Primeiro
é preciso que a Justiça se pronuncie sobre a falência da Eletronet. Depois
se decide se a Telebrás ficará com a rede ou não. Os R$ 200 milhões não são
para isso, dizem fontes do governo.
Da Redação