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Leia na Fonte: Teletime
[17/06/08]
Julgamento sobre ativos da Eletronet é suspenso novamente
O julgamento de um recurso sobre o futuro dos ativos da Eletronet que
tramita na 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foi
suspenso novamente nesta terça-feira, 17. A votação está empatada em um a
um. A suspensão se deve ao fato de o terceiro e último desembargador a votar
ter pedido vistas do processo.
O processo em questão foi movido por distribuidoras de energia que pleiteiam
o direito de usar certificados financeiros do tesouro como forma de
pagamento de uma indenização de R$ 217 milhões pela devolução dos ativos de
telecomunicações da Eletronet. Em meados de maio, o desembargador relator do
recurso, Sidney Hartung, havia concordado com o pedido e concedido efeito
suspensivo. Porém, credores da Eletronet e a própria massa falida, que hoje
é administrada por um síndico, entraram com agravos regimentais. Duas
semanas atrás, iniciou-se o julgamento desses agravos. Hartung votou contra
ambos os agravos e o desembargador Paulo Pereira pediu vistas. Nesta
terça-feira, 17, o desembargador Pereira votou dando provimento parcial aos
agravos, o que empatou a votação. Em seguida, o desembargador Horácio
Ribeiro Neto pediu vistas, suspendendo o julgamento.
Vale lembrar que há outros recursos em segunda instância movidos pela massa
falida e pela LT Bandeirante (nova razão social da AES Bandeirante, sócio
privado da Eletronet). Esses recursos também são relatados por Hartung e
aguardam a decisão do processo que está em julgamento. A briga só deve
terminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acreditam fontes.
Histórico
O backbone da Eletronet é composto por mais de 16 mil Km de fibras ópticas
que correm pela rede de distribuição de energia elétrica. A empresa é de
capital misto: quando fundada, 51% pertencia à AES Bandeirante e 49% à
Lightpar, subsidiária da Eletrobrás. Em 2003 a Eletronet declarou falência e
agora há essa disputa judicial em torno de seus ativos. De um lado, estão as
distribuidoras de energia Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Furnas, que
reclamam a posse dos ativos. De outro, estão credores, como Furukawa e
Lucent (hoje, Alcatel-Lucent), que temem que a devolução dos ativos às
elétricas inviabilize o pagamento do que lhes é devido pela Eletronet.
Fernando Paiva