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Fonte: Convergência Digital
[11/08/09]
Governo retoma controle da Eletronet - por Luiz Queiroz
O Governo já é o dono oficial de todas as fibras ópticas que compõem a rede
Eletronet. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu a imissão de posse
(assumir o direito) de controle de toda a fibra óptica não utilizada e que
estava sob a gestão da massa falida da Eletronet. O Poder Executivo solicitou
reaver não apenas este bem público, mas também o direito de pagar aos credores
privados com títulos públicos em vez de recursos orçamentários.
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Desde a semana passada, investidores desse ativo na Bovespa já comemoram a
decisão judicial. Na Primeira Instância do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, o governo chegou a perder a causa quando a decisão foi pelo pagamento
em dinheiro dos credores privados e que as fibras apagadas teriam sido
consideradas 'bens a serem recomprados' pelas elétricas. O governo recorreu à
Segunda Instância e conseguiu reverter a situação, não apenas recobrando todo o
patrimônio da Eletronet, mas também o direito de saldar os credores - Alcatel -Lucent
e Furukawa - com títulos públicos.
Agora com a decisão em juízo, o governo pode recobrar a rede de aproximadamente
16 mil kms de fibras ópticas das elétricas e utilizar essa infraestrutura para a
criação do backbone nacional federal. Porém, primeiro, será preciso definir como
será a gestão dessa infraestrutura.
Há uma forte divisão no Governo com relação à reativação da Telebrás para
assumir o comando da rede. De fato, ninguém é absolutamente contra ao retorno da
estatal. Mas há alguns integrantes-chave do Poder Executivo que questionam a
condição de a antiga estatal - em processo de extinção - voltar ao mercado como
gestora de um ativo desse porte e estratégico para os planos governamentais
ligados à inclusão digital e ao fim da dependência das teles privadas.
A Telebrás, segundo fontes do governo, têm problemas financeiros ainda pendentes
e o seu corpo funcional - em torno de 1.500 funcionários - emprestados à Anatel.
Alguns integrantes do governo entendem que se deve fazer um novo concurso
público para o preenchimento desses cargos.
Já outros entendem que remanejando o pessoal, hoje, lotado na agência, a
Telebrás poderia voltar a funcionar. Porém ninguém sabe ao certo informar qual
seria o destino do órgão regulador, que perderia entre os seus quadros,
engenheiros de telecomunicações, oriundos da estatal. O fato é que o governo,
agora, é dono da rede Eletronet. A decisão sobre os próximos passos da
infraestrutura está nas mãos da Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.